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Sem comentar, Raízen estaria se preparando para originar açúcar para terceiros após contratação de profissional

25 ago 2020, 15:34 - atualizado em 25 ago 2020, 15:59
Raízen
Entrada mais completa da Raízen nas operações de trading agitam mercado (Imagem: Facebook/Raízen)

Apesar da experiência não muito bem sucedida da Raízen com a asiática Wilmar, que se desfizeram da trading de açúcar RAW após quatro anos de joint venture, o grupo formado por Cosan (CSAN3) e Shell parece não desistir de seguir atuando mais fundo no mercado global da commodity.

Agentes do setor  registram a intenção do player em promover e executar diretamente toda a venda de seu açúcar, não parando mais o processo no porto nas mãos uma trading como ocorre hoje com a maior parte do seu volume exportado, mas também passar a vender para o mercado externo o produto da matéria-prima da cana também de outros produtores. E atuar diretamente na entrega, participando das operações completas de comércio exterior.

O movimento ganhou contornos com a notícia da ida para a Raízen do trader Eduardo Sia, da Sucden, uma das maiores negociadoras de açúcar global. Sia e a Raízen não confirmaram nem negaram a informação, mas várias fontes do mercado estão comentando a contratação do profissional, a frente de importantes negociações da trading francesa entre produtores e compradores.

O maior produtor mundial de açúcar e etanol também não quis comentar, até a publicação deste texto, a pedido de Money Times, o seu possível interesse em assumir um papel de trading, integral e completo, num modelo que, segundo fontes que pediram anonimato, seria parecido ao da Copersucar.

A Raízen, se assim vir a operar, entraria no “mercado CIF” (custo, seguro e frete, do termo comercial em inglês), quando o vendedor arca com os custos da operação até o destino final do açúcar. Hoje, a maior parte da commodity do grupo é preço FOB (livre a bordo, em tradução livre), que significa que do navio para frente é o comprador é quem assume os custos.