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Sem churrasco no fim do ano? Carne encarece em novembro e acumula alta de 15% no ano

10 dez 2024, 16:05 - atualizado em 10 dez 2024, 16:05
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A inflação da carne vem subindo desde setembro e, no último mês, saltou 8,02% (Imagem: iStock/Luiz Nelli)

Os preços da carne voltaram a crescer no mês de novembro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil. Divulgado na manhã desta terça-feira (10), o índice avançou 0,39% em novembro, puxado pela alta nos alimentos.

A inflação da carne vem subindo desde setembro e, no último mês, saltou 8,02%. Nos últimos 12 meses a alta acumulada é de 15,43% e, no ano, já chegou a 14,80%. O bolso do consumidor deve continuar sofrendo, já que a tendência é que os preços sigam elevados.

“Esse não é um tipo de produção que se regulariza da noite pro dia”, afirma Juliana Inhasz, doutora em economia pela USP e professora do Insper. “2025 ainda será um ano de preços mais altos e o começo de 2026 também”, diz.

O corte que acumula a maior alta é o patinho, que subiu 19,63% nos últimos 12 meses. Em seguida vem o acém, com alta de 18,33%; carne de porco (17,16%); peito (17%); lagarto comum (16,91%); e alcatra (15,91%).

O fígado ficou 3,62% mais barato no último ano e é a única carne que registrou queda de preço. Aves também ficaram mais caras, com alta de 6,83% no frango inteiro e 9,26% no frango em pedaços.

Por que a carne está mais cara?

De acordo com a economista, há uma série de fatores que explicam a elevação nos preços da carne bovina nos últimos meses — a virada no ciclo do boi é uma delas. Após anos de muitos abates, a oferta de bovinos diminuiu significativamente.

O baixo nível de desemprego (6,2% no terceiro trimestre de 2024, segundo o IBGE) e o aumento da renda média do trabalhador brasileiro também contribuem para que os preços subam.

“A demanda é alta porque a renda aumentou, então a população está consumindo mais. Dessa forma, temos o aumento da demanda por um lado e redução da oferta do outro. É a receita perfeita para os preços subirem”, diz a economista.

O fator climático também prejudicou a produção, com longos períodos de seca causados por estiagem ou até mesmo por queimadas. Além disso, o aumento da procura no exterior impulsiona a exportação e reduz ainda mais a oferta no mercado doméstico.

Inhasz ressalta que os fatores podem mudar e afetar os preços, mas a tendência é aumentar. “Muita coisa pode acontecer, mas ao que tudo indica, vamos continuar em um cenário de preços pressionados”, finaliza.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
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