Economia

Sem choques em 2019, economia brasileira teria crescido 1,54%, aponta Campos Neto

17 out 2019, 13:41 - atualizado em 17 out 2019, 13:49
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
No documento, Campos Neto reiterou ainda que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir novo corte na Selic  (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apontou que a economia brasileira foi afetada por choques em 2019 e que, sem eles, a perspectiva de crescimento da atividade seria de 1,54%, ante alta de 0,87% esperada pelo mercado conforme pesquisa Focus.

A mensagem veio em apresentação divulgada no site do BC por ocasião da participação de Campos Neto em eventos relacionados às reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, que acontecem a partir desta quinta-feira em Washington.

Nas contas do BC, a desaceleração global tirou 0,29 ponto do crescimento do PIB previsto para este ano.

O rompimento de barragem da Vale (VALE3)em Brumadinho (MG) limou 0,20 ponto do PIB, ao passo que a crise na Argentina respondeu pelo decréscimo de 0,18 ponto na atividade brasileira, trouxe a apresentação.

No fim de setembro, o BC previu que a economia irá exibir uma expansão de 0,9% este ano, acima do percentual de 0,8% calculado antes, e que o crescimento dobrará a 1,8% em 2020.

No documento, Campos Neto reiterou ainda que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir novo corte na Selic após a autoridade monetária ter reduzido a taxa básica em 0,5 ponto, à mínima histórica de 5,5%, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro.

A próxima decisão do Copom será tomada no dia 30 deste mês e a expectativa do mercado, segundo pesquisa Focus mais recente, é de novo corte de 0,5 ponto em meio ao ambiente de baixa inflação.

Sobre o mercado externo, Campos Neto sinalizou que o quadro ainda é incerto (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Para o fim deste ano, economistas consultados pelo BC veem a Selic em 4,75%, sendo que o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, já ajustou essa perspectiva a 4,50%.

“Os próximos passos na condução da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, acrescentou o presidente do BC.

Sobre o mercado externo, Campos Neto sinalizou que o quadro ainda é incerto e que riscos de uma desaceleração mais profunda da economia global permanecem.

Fintechs

O presidente do BC indicou que o segmento de fintechs de crédito está “florescendo” no país, com 20 empresas aguardando autorização da autoridade monetária para entrarem em operação.

Até agora, 13 estão atuando, sendo 9 no modelo de Sociedades de Crédito Direto (SCDs), realizando operações com recursos próprios, e outras 4 como Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP), que conectam investidores a tomadores de recursos.

“O segmento já é responsável por cerca de 250 milhões de dólares em operações de crédito”, indicou Campos Neto.

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