Consumo

Sem cafezinho depois do almoço? Refeição completa aumentou 49% desde 2019; entenda a disparada

21 ago 2024, 15:51 - atualizado em 21 ago 2024, 15:51

O preço médio da refeição completa – prato principal, bebida, sobremesa e um ‘cafezinho’ – no Brasil cresceu 49,07% nos últimos cinco anos, uma alta de 16 pontos percentuais acima da inflação.

A pesquisa + Valor, feita pela Ticket, marca da Edenred Brasil de Benefícios e Engajamento, revelou que o preço médio passou de R$ 34,62 em 2019 para R$ 51,61 neste ano, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 33,14% no mesmo período.

  • O que está mexendo com as bolsas hoje? Assista ao Giro do Mercado ao vivo às 12h para ficar bem informado sobre as melhores oportunidades; é só clicar aqui:

Se corrigido conforme a inflação acumulada dos últimos cinco anos, o preço médio da refeição deveria ser, atualmente, de R$ 46,09.

Ao contrário da análise do período entre 2019 e 2024, a série histórica da última década revelou que o preço médio da refeição fora do lar cresceu abaixo da inflação. Entre 2014 e 2024, o valor das refeições aumentou 71,24%, de R$ 30,14 para R$ 51,61, enquanto IPCA acumulado teve um incremento de 76,07%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que explica a alta do preço médio da refeição completa?

Segundo Natalia Ghiotto, Diretora de Produtos da Ticket, o aumento que os alimentos, de modo geral, vêm sofrendo ao longo dos últimos anos pode justificar o comportamento dos preços da refeição no período.

“Segundo o IBGE, entre janeiro e fevereiro deste ano, por exemplo, o arroz e o feijão-carioca subiram 10,32% e 15,27%, respectivamente. Os preços da batata, com aumento de 57%, e da cenoura, com 38,4%, também chamaram a atenção no mercado. Diante disso, o impacto no preço final dos pratos nos restaurantes é inevitável”, comenta a executiva.

No período, o Sudeste se destacou com o maior aumento (55%) no preço médio da refeição completa nos últimos cinco anos, passando de R$ 35,13 para R$ 54,54. Já a menor variação (30%) aconteceu no Centro-Oeste, que viu o valor subir de R$ 34,87 para R$ 45,21.

O Nordeste registrou um aumento de 46%, passando de R$ 33,57 para R$ 49,09, seguido do Norte, com uma variação de 38%, passando de R$ 32,90 para R$ 45,41. O Sul, por sua vez, não fica muito atrás. Com alta de 33%, o preço-médio no período passou de R$ 36,64 para R$ 48,91.

“Até 2019, o preço médio da refeição sofreu, ano a ano, acréscimos menores se comparados com o período pós-pandemia, sempre abaixo da inflação. E isso explica uma mudança de cenário quando analisamos a série histórica da última década”, completa a Diretora de Produtos da Ticket.

Contudo, a retomada do trabalho presencial e o aumento do preço dos insumos são os principais fatores a impactar o valor repassado aos consumidores.

Confira o comportamento do preço médio na última década

Ano Nacional Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul
2009 R$ 16,26 R$ 14,41 R$ 14,91 R$ 17,58 R$ 16,80 R$ 13,88
2010 R$ 18,20 R$ 16,90 R$ 15,60 R$ 19,10 R$ 19,10 R$ 15,40
12% 17% 5% 9% 14% 11%
2011 R$ 21,11 R$ 19,96 R$ 18,95 R$ 21,21 R$ 22,19 R$ 18,20
16% 18% 21% 11% 16% 18%
2012 R$ 22,37 R$ 22,49 R$ 19,30 R$ 23,29 R$ 23,97 R$ 21,45
6% 13% 2% 10% 8% 18%
2013 R$ 27,40 R$ 30,45 R$ 23,74 R$ 26,85 R$ 29,85 R$ 26,55
22% 35% 23% 15% 25% 24%
2014 R$ 30,14 R$ 30,97 R$ 29,78 R$ 31,44 R$ 30,29 R$ 28,20
10% 2% 25% 17% 1% 6%
2015 R$ 27,36 R$ 26,11 R$ 26,98 R$ 26,09 R$ 27,76 R$ 25,70
-9% -16% -9% -17% -8% -9%
2016 R$ 30,48 R$ 28,48 R$ 29,18 R$ 26,73 R$ 30,93 R$ 31,74
11% 9% 8% 2% 11% 24%
2017 R$ 32,94 R$ 29,31 R$ 31,82 R$ 30,44 R$ 33,25 R$ 34,34
8% 3% 9% 14% 8% 8%
2018 R$ 34,84 R$ 33,74 R$ 32,66 R$ 35,16 R$ 35,72 R$ 34,18
6% 15% 3% 16% 7% 0%
2019 R$ 34,62 R$ 32,90 R$ 33,57 R$ 34,87 R$ 35,13 R$ 36,64
-1% -2% 3% -1% -2% 7%
2020
2021
2022 R$ 40,64 R$ 36,14 R$ 40,28 R$ 34,20 R$ 42,83 R$ 36,97
17% 10% 20% -2% 22% 1%
2023 R$ 46,60 R$ 42,29 R$ 43,55 R$ 41,75 R$ 49,33 R$ 42,81
15% 17% 8% 22% 15% 16%
2024 R$ 51,61 R$ 45,41 R$ 49,09 R$ 45,21 R$ 54,54 R$ 48,91
11% 7% 13% 8% 11% 14%

* A pesquisa não foi realizada no período de 2020 e 2021. 

Estagiária
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.
vitoria.pitanga@moneytimes.com.br
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.