Sem alívio, Americanas (AMER3) sofre nova baixa nesta terça
A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou novamente a nota de crédito da Americanas (AMER3), de “CC” para “C”, em meio aos desdobramentos da última semana.
A Fitch já havia rebaixado o rating da Americanas na última sexta-feira (13), após serem detectadas inconsistências contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões no balanço da varejista.
O novo rebaixamento ocorre após a Americanas conseguir liminar que a protege por 30 dias contra o vencimento antecipado de dívidas. O prazo permite que a companhia acerte um acordo com os credores ou entre com pedido de recuperação judicial.
Segundo a Fitch, no caso de a Americanas anunciar formalmente um plano de reestruturação, o rating cairá para “RD”, refletindo default restrito, ou “D” caso a empresa entre com pedido de recuperação judicial.
Em relatório, a agência reforça que a estrutura de capital da Americanas não é sustentável com a adição de R$ 20 bilhões em passivos.
De acordo com a Fitch, o número se compara com R$ 3,2 bilhões de Ebitdar dos últimos 12 meses e R$ 15,4 bilhões de patrimônio líquido no fim de setembro de 2022.
“Os passivos adicionais anunciados antes quase dobram o cálculo da Fitch para a dívida líquida ajustada da companhia a R$ 46 bilhões, de R$ 26 bilhões”, destacou.
A Fitch cita ainda a reputação manchada, que prejudica a flexibilidade financeira e a habilidade da companhia de trabalhar com obrigações operacionais e financeiras.
“O suporte de credores será crítico para melhorar sua flexibilidade”, afirma.
A Fitch completa ao dizer que as inconsistências financeiras reforçam diversos anos de fraqueza na qualidade das demonstrações financeiras da companhia, bem como a falta de transparência dentro do balanço.
Não é só Fitch
Além da Fitch, a S&P rebaixou o rating da empresa. Moody’s não ficou para trás, tendo rebaixado a varejista de Ba2 para CAA3.
A atualização da Moody’s engloba o rating Corporate Family e notas seniores sem garantias de ativos reais (unsecured notes) lastreados pela JSM Global e B2W Digital, ambas avalizadas pela Americanas.
A Moody’s colocou ainda todos os ratings em revisão para posterior rebaixamento.
Bancos e corretoras também atualizaram suas teses de investimento para a Americanas.
BTG Pactual, XP Investimentos, Morgan Stanley, Safra, Itaú BBA e Bradesco BBI colocaram as ações em revisão, com todos citando a falta de mais informações sobre o rombo de R$ 20 bilhões.