Economia

Selic vai a 14% neste mês e ciclo de queda do juro pode ser postergado, diz Rio Bravo

06 set 2022, 18:35 - atualizado em 08 set 2022, 13:46
Banco Central
Em agosto, o colegiado elevou a taxa básica em 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano, e disse avaliar aperto residual menor em setembro (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

As declarações “hawkish” de duas autoridades do Banco Central do Brasil desde a noite da véspera referendam expectativa da Rio Bravo de alta da Selic a 14% neste mês, disse Luca Mercadante, economista da gestora de recursos, que vê como “plausível” adiamento do início da queda do juro para o fim do segundo trimestre de 2023.

“Essa fala do BC, ainda que não tenha deixado claro, dado uma diretriz mais clara (ao rumo da Selic), atribui maior probabilidade para o cenário que a gente imaginava como adequado”, que é alta de 0,25 ponto percentual da Selic daqui a duas semanas.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Bacen se reúne nos dias 20 e 21 de setembro para deliberar sobre os juros.

Em agosto, o colegiado elevou a taxa básica em 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano, e disse avaliar aperto residual menor em setembro.

Ainda assim, boa parte do mercado passou a precificar que o Bacen havia dado como encerrado o ciclo de aperto monetário.

No entanto, na noite de segunda-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a instituição não pensa em queda de juros neste momento, mas em convergir a inflação às metas, ressaltando que situação inspira cuidados e que a batalha contra a alta de preços no país não está ganha.

E nesta manhã o diretor de Política Monetária do Bacen, Bruno Serra, foi ainda mais explícito e disse que o banco discutirá um possível ajuste residual na taxa básica de juros neste mês, acrescentando que o processo de controle inflacionário no Brasil ainda é bem incipiente.

Banco Central Selic
Prevemos queda do juro para 10,5% no fim do ano. Ainda é uma taxa restritiva, contracionista e ainda deve gerar pressão, esforço no sentido de controle da inflação em 2024 (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Ambos adotaram tônicas consideradas mais “hawkish”, jargão da comunidade financeira para explicar uma abordagem mais inclinada à contração da política monetária, implicando restrição de liquidez.

“A inflação de serviços ainda está pressionada, o mercado de trabalho está muito forte, houve a surpresa (positiva) com o PIB… Além disso, (há) o impulso fiscal maior no segundo semestre, por causa do aumento de gastos com serviços sociais”, disse Mercadante, enumerando fatores de cautela do lado dos preços.

De toda forma, a Rio Bravo segue oficialmente vendo começo do ciclo de queda do juro ao fim do primeiro trimestre de 2023. Reconhece, contudo, probabilidade de início no fim do semestre, mirando efeitos da política monetária nas expectativas de inflação para 2024.

“Prevemos queda do juro para 10,5% no fim do ano. Ainda é uma taxa restritiva, contracionista e ainda deve gerar pressão, esforço no sentido de controle da inflação em 2024, dadas as expectativas na Focus”, completou o economista.

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