Economia

‘Uma pena’: O que Lula diz sobre a decisão do Copom de manter Selic a 10,50%

20 jun 2024, 12:42 - atualizado em 20 jun 2024, 12:46
SELIC LULA
Lula critica decisão do Copom de manter Selic no patamar de 10,50% (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que é “uma pena” que o Comitê de Política Monetária (Copom) tenha mantido a Selic no patamar de 10,50% ao ano. “Quem perde é o povo do Brasil”, lamentou em entrevista à Rádio Verdinha, em Fortaleza, nesta quinta-feira (20).

Lula disse que o presidente da República não se mete nas decisões do Copom, mas reclamou do alto valor pago pela União com juros.

“Meirelles tinha autonomia tanto quanto tem esse rapaz [Campos Neto] de hoje. Mas eu tinha poder de tirar, aí entenderam que precisava de autonomia. Autonomia de quem? Autonomia para atender quem?”, questionou.

Segundo o petista, no ano passado, foram gastos mais de R$ 700 bilhões em juros. “Tudo é gasto e por que os juros pagos não podem ser gastos também? Quanto mais a gente pagar de juro, menos investimento”, afirmou.

Ele ainda criticou o mercado e os bancos privados — “preferem ganhar dinheiro com a taxa de juros”. “A decisão do Banco Central foi investir no mercado financeiro e nos especuladores. Não vejo o mercado falar de quem necessita do Estado, o povo trabalhador”, disse.

Presidente do PT critica juros

Ontem (19), após a decisão do Comitê do BC, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, também manifestou sua insatisfação com os juros.

Em publicação no X (antigo Twitter), Hoffmann disse que “não há justificativa técnica, econômica e muito menos moral para manter a taxa básica de juros em 10,5%”.

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Por que o Copom manteve a Selic a 10,50%?

Segundo o Comitê do BC, a manutenção da Selic está alinhada com a estratégia de convergência da inflação de 2025 para o redor da meta.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, avaliam os diretores.

O Copom ainda diz que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente para consolidar tanto o processo de desinflação como a ancoragem das expectativas.

“O Comitê se manterá vigilante e relembra, como usual, que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, afirmam.

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