Selic: Taxa de juros deve ficar em 12% em 2023; entenda as decisões do BC
Em agosto do ano passado, o Banco Central optou por interromper o movimento de alta da Selic, estacionando a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. No entanto, a taxa não deve sofrer muitos cortes ao longo de 2023.
No Relatório Focus, o mercado elevou a projeção da Selic para 2023 de 11,75% para 12%, indicando que o Banco Central deve manter uma postura rigorosa em relação à política monetária.
Embora a inflação seja a principal preocupação do Banco Central para decidir sobre a Selic, o risco fiscal do novo governo é algo que vem tirando o sono do presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Em suas últimas atas, o Comitê de Política Monetária (Copom) vem apontando que as decisões do grupo estão levando em conta o futuro do arcabouço fiscal e como isso pode impactar na economia brasileira.
Selic: Sobe ou desce?
Há alguns meses, os economistas e analistas mais otimistas diziam que o Banco Central iria começar a cortar a Selic em março. Mas a maior parte do mercado apostava no final do primeiro semestre.
Também há os mais pessimistas que apostam, inclusive, em uma alta residual de 0,25 ponto percentual entre fevereiro e março. Com isso, a Selic passaria para 14%.
“A chance de isso acontecer vai depender amplamente da ancoragem das expectativas, de como o mercado vai reagir e também da própria visão do Banco Central com relação ao hiato”, afirma Mauricio Oreng, superintendente de pesquisa macroeconômica do Santander.
O economista concorda que a Selic deve encerrar o ano em 12%, sendo que os principais cortes devem acontecer só em 2024, quando o ano termina com as taxas de juros em 9%.
“Por enquanto, me parece que o Banco Central está relativamente confortável com essa posição de manter a taxa de juros juros estacionada por um período prolongado. A questão é quanto tempo que o Banco Central vai ficar parado”, destaca.