Selic precisaria chegar a 15% para atingir projeções de inflação
Nesta terça-feira (21), o Banco Central divulgou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), onde sinaliza que elevará a taxa Selic mais uma vez na próxima reunião. A previsão é de uma alta menor ou de mesma magnitude que a passada – de 0,5 ponto percentual.
Ou seja, em agosto, a Selic estará entre 13,5% e 13,75% ao ano. O que o mercado ainda não tem certeza é se essa será a última alta da taxa básica de juros ou se o Banco Central planeja dar uma pausa no aperto monetário.
A questão é que o objetivo da alta da Selic é o controle da inflação e as projeções do Copom para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão acima das metas – e um tanto abaixo da inflação atual.
Em maio, o IPCA acumulou alta de 11,73% em 12 meses. Para 2022, o Banco Central projeta uma inflação em 8,8%. Já para 2023 e 2024, a expectativa é de 4% e 2,7%, respectivamente.
Para o economista da Kínitro Capital, Sávio Barbosa, a ata mostra que o Banco Central mira convergência da inflação para a meta apenas em 2024 – única que está dentro da meta. E que a convergência do IPCA de 2023 para a meta exigiria uma Selic entre 15% e 16%.
Já Luiz Cesta, CEO da Monet Investimentos, aposta que as altas não acabarão em agosto. Segundo ele, a ata tem um tom levemente hawkish (mais agressivo contra a inflação) e que a sua projeção é de que a taxa possa subir mais e estabilizar em torno de 14%.
Em contrapartida, a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, afirma que agosto deve ser de fato a última alta da Selic e que o reajuste será de 0,25 pp. “Esperamos IPCA de 7,7% em 2022 e 4,8% em 2023, já com efeito do teto do ICMS.”
Para agosto, boa parte dos analistas apostam que a Selic vai chegar a 13,75% e a taxa deve se manter alta até o meio do ano que vem. Só então, o Banco Central vai rever a política econômica.
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