Giro do Mercado

Com ‘cenário sombrio’ na política fiscal, BC pode ter que prolongar ciclo de alta dos juros, diz CEO da The Hill Capital

24 out 2024, 15:57 - atualizado em 24 out 2024, 16:11
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Com a Selic a 10,50%, Brasil tem 3º maior juro real do mundo (Imagem: Gadini/Pixabay)

A expectativa da Selic para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) é de mais duas altas de 0,50 ponto percentual, com a taxa básica de juros fechando o ano em 11,75%, destaca Cassiana Garcia, CEO da The Hill Capital, no Giro do Mercado desta quinta-feira (24).

Segundo Garcia, próximos passos serão ditados especialmente pelos próximos indicadores do Índice de Preços ao Consumidor Amplo(IPCA) e índices de atividade, que devem ser alinhados com a questão da urgência de um posicionamento do governo em relação ao fiscal.

“O mercado realmente pressiona e pede para que o governo seja mais austero em relação a essa política fiscal. Eu acho que é importante mostrar com clareza, com disposição e boa comunicação isso [os planos para o fiscal e cortes de gastos]“, afirma.

Para ela, uma comunicação clara por parte do governo referente ao comprometimento fiscal é essencial, especialmente em relação à dívida-PIB que pode aumentar ainda mais caso não haja esse movimento.

“Enquanto não houver isso, eu acho que é bastante complicado. O próprio FMI sinalizou um cenário sombrio para Brasil, apontando uma possibilidade de crise fiscal”, disse.

Além disso, a CEO também ponderou que é possível que a rentabilidade dos títulos públicos subam ainda mais devido ao cenário de percepção de aumento de risco, caso não haja um comunicado que seja satisfatório para todos os analistas e um consenso de mercado de que há uma melhora, eu acredito que existe essa possibilidade.

Confira a entrevista completa no Giro do Mercado.