Selic não cairá de maneira tão rápida mesmo com arcabouço fiscal crível, diz gestor da Verde
A queda da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, seria a solução dos problemas do governo Lula no curto prazo, avalia o fundador da Verde, Luis Stuhlberger.
Mas, segundo ele, em entrevista ao Brazil Journal, mesmo com um novo arcabouço fiscal crível o remédio não teria efeito tão imediato “quanto o PT gostaria”.
O mercado aguarda a divulgação da nova regra fiscal, a cargo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para avaliar se há espaço para cortes consistentes da taxa básica de juros.
Stuhlberger espera que um plano crível seja assinado, mas pondera que o Banco Central (BC) não deve agir de bate e pronto.
“Talvez não tão imediatamente quanto o governo goste [o novo arcabouço fiscal] seja capaz de baixar os juros. E vamos ver o plano que vem”, afirmou.
Segundo ele, o plano não teria condições de resolver a situação da dívida pública para 2026 – e nem seria essa a intenção, disse.
Renda fixa e Selic
O BC indicou na ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que caso o novo arcabouço fiscal tocado pelo governo Lula seja bom, haverá espaço para reduzir a taxa Selic. Caso isso aconteça, dizem analistas, a renda fixa também tende a ganhar.
Contudo, o mercado custa a acreditar que haverá condições fiscais para tanto. O próprio Stuhlberger vê impacto limitado.
Nesta quarta-feira (29), as taxas de rentabilidade inverteram o movimento de queda no Tesouro Direto, prejudicando o preço dos títulos públicos na marcação a mercado.
A curva futura de juros voltou a abrir, e com mais ímpeto nos vértices de longo prazo.
Por volta das 14h50 (horário de Brasília), os contratos DI com vencimento em janeiro de 2027 disparavam 1,4%, de uma taxa 12,13% para 12,30% ao ano. Já os contratos DI com vencimento em janeiro 2024 subiam 0,8%, de uma taxa de 13,13% para 13,23%.
*As taxas de rentabilidade anual foram consultadas na quarta-feira (29). Os valores podem variar, já que os títulos públicos no Tesouro Direto são marcados a mercado.