Selic: Mercado precifica fim do ciclo de altas de juros no Brasil; prepare sua carteira para isso
A divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) nesta terça-feira (21) deu um baita norte às previsões do mercado sobre o fim do ciclo de altas de juros no Brasil. O Money Times consultou diversos especialistas, que apontam uma taxa Selic em estágio terminal em 13,75% ao ano.
Quem acompanha o mercado financeiro com alguma frequência sabe que atualmente a taxa básica de juros está em 13,25% ao ano, quando na última Super Quarta (15), o Banco Central (BC) elevou a Selic em 0,5 ponto percentual.
Após quase uma semana da decisão, economistas se debruçaram para interpretar os sinais dados pelo BC na ata do Copom. Para muitos bancos, casas de análises e corretoras o documento não muda o que boa parte do mercado já esperava.
“A ata do Copom de hoje não muda o nosso cenário de taxa Selic a 13,75% ao ano, com mais uma alta de 0,5 ponto percentual na reunião do Copom a ser realizada em agosto. Na sequência, temos um call de manutenção dos juros em patamares elevados”, afirma Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital.
Dois pontos em especial chamarem a atenção da Tenax na ata do Copom:
i) o reconhecimento do movimento de desaceleração econômica global; e
ii) a surpresa positiva com o PIB brasileiro no início do ano, encabeçada pela reabertura da economia e incentivos fiscais, devendo-se dissolver na reta final de 2022.
Fim do ciclo de aperto monetário
O BTG Pactual (BPAC11) também engrossou a lista de expoentes do mercado que precifica o fim do ciclo de aperto monetário na reunião do Copom em agosto. Na ocasião, o BC também passa a considerar no seu horizonte de projeções o ano de 2024.
“O Banco Central brasileiro deixou claro que uma convergência para a meta de inflação no próximo ano traria uma Selic muito acima e por mais tempo do cenário de referência”, comentam os economistas Álvaro Frasson, Arthur Mota, Leonardo Paiva e Luiza Paparounis, em relatório enviado a clientes.
O time de macro & estratégia do BTG reforça que o BC brasileiro foi o primeiro a começar elevar juros (de uma mínima de 2% ao ano) e deve ser o primeiro a terminar ciclo de aperto monetário, mesmo com bancos centrais de países desenvolvidos subindo juros, casos do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE).
Como investir na renda fixa agora?
Com os dias contados para o fim de altas da taxa Selic, muitos investidores se perguntam se é hora de abandonar a renda fixa e voltar a arriscar o patrimônio na renda variável em busca de rentabilidades melhores.
A resposta para quem conseguiu pescar está no próprio tom que ata do Copom revelou ao mercado. Mas não se preocupe, pois o Money Times vai simplificar.
Ainda que o BC deve estacionar a taxa Selic em 13,75% ao ano na reunião de agosto, nem tão cedo os juros elevados devem ser cortados no Brasil.
O próprio BTG espera que o primeiro corte na Selic só aconteça no final do segundo trimestre de 2023, ou seja, daqui um ano.
Nesse cenário, a Genial Investimentos indica dois tipos de indexadores de renda fixa que vão se dar bem a partir de agora, prestando atenção também no vencimento de cada título.
Títulos de Inflação
Investimentos de renda fixa que pagam juros acima do IPCA, além de protegerem o poder de compra do investidor, garantem rentabilidade em cenários de incertezas na economia brasileira e global.
A recomendação do analista de renda fixa André Fialho, no caso dos títulos de inflação, é compra de produtos com vencimentos curtos (com prazo de até 3 anos) ou intermediários (com vencimentos entre 3 a 5 anos).
Caso o investidor opte por emprestar dinheiro ao governo brasileiro e queira receber juros por isso, o Tesouro Direto oferece títulos de inflação, conhecidos na plataforma como Tesouro IPCA+.
Títulos Pós-fixados
Manter posição em títulos pós-fixados também é uma escolha inteligente já que a taxa Selic ainda deve encostar nos 13,75% ao ano e ficar em tal patamar pelos próximos 12 meses.
A Genial vê maior oportunidades de ganhos aos investidores em títulos de emissão bancária atrelados ao CDI, como casos dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).
A corretora também mantém preferência por títulos pós-fixados com vencimentos curtos e intermediários.
A vantagem das LCAs e LCIs é que não há cobrança de Imposto de Renda sobre o que o investidor lucrar.
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