Para o campo, Selic menor poderá baratear dinheiro mais caro do mercado
A redução da taxa Selic para 4,5% promovida ontem (11) veio se somar à limitação dos juros do cheque especial para 8% no final de novembro, criando um bolsão de ar para milhões de pequenos e micros empresários que se financiam nas modalidades de crédito mais caras e mais acessíveis. Entre esses tomadores “informais” estão produtores rurais.
Cartão de crédito, limite do cheque especial, crédito direto ao consumidor e empréstimo pessoal fazem parte da rotina operacional do campo. Naturalmente mais com os pequenos, mais assentados em culturas não comoditizadas (demandam maior montante de recursos), e sem meios de buscar recursos nas linhas disponíveis para financiamento do agronegócio autorizadas pelo governo ou de repasses do BNDES.
O custo desse dinheiro, com toda boa vontade que os bancos poderão ter na redução das taxas – já que o spread cairá no funding também – seguirá sendo o mais caro entre todas as linhas oferecidas pelo sistema financeiro, mas infelizmente é a realidade.
Na maioria das vezes, os agropecuaristas não têm como comprovar receita regular e, principalmente, não possuem meios de oferecer garantias.
Não há estatística por categoria profissional desses tomadores, mas em estudo do Sebrae citado Money Times (28/11), com base em pesquisa com os demandantes de consultoria do sistema, foi considerado alto o número de profissionais do agronegócio que se disseram usuários do cheque especial e do cartão de crédito (rotativo ou não), em particular, para os negócios.
Inclusive repassando para os preços de seus produtos os gastos com os juros.
Até sementes e agroquímicos são girados com recursos dessas modalidades, além de compras rotineiras que ajudam a manter a propriedade e aquisição de combustível para transporte de mercadorias.