Selic menor amarga tese de BB Seguridade (BBSE3), que perde pontos junto a banco; entenda
As ações do BB Seguridade (BBSE3) são penalizadas nesta quarta-feira (13), tendo como pano de fundo o corte de recomendação pelo JP Morgan.
Perto das 15h50, os papéis da seguradora perdiam 2,31%, negociados a R$ 30,49 cada.
Analistas do banco rebaixaram a ação para “neutro”, na expectativa de desaceleração no ritmo de crescimento dos resultados, considerando três pontos:
- desaceleração do crescimento de prêmios emitidos no segmento rural e em seguro de vida;
- normalização da sinistralidade rural; e
- menor resultado financeiro.
“Realmente, ainda esperamos um crescimento de dígito único do LPA (Lucro Por Ação) em 2024, apesar do contraponto que é a Selic [juros menores esperados para os próximos trimestres devem levar a resultados financeiros mais fracos]. No entanto, vemos BB Seguridade com uma das CAGR (taxa de crescimento anual composto) LPA mais baixas para 2023-25 dentro da nossa cobertura, em 5%”, explica a instituição.
Além de um crescimento esperado mais fraco para o LPA, a falta de catalisadores reforçam o rating neutro, completa.
Ainda, os analistas destacam que, embora o dividend yield esteja alto, em torno de 10%, “consideramos isso com certa cautela, pois pode ser VPL (Valor Presente Líquido) equivalente a ~6% se não existir perpetuidade após 2033 (prazo limite do contrato com o Banco do Brasil – BBAS3), o que está mais perto de outras ações sob nossa cobertura”.
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Os potenciais cenários para BB Seguridade
O JP Morgan tem preço-alvo ao fim de 2024 de R$ 38 para BBSE3, considerando um corte de 50% dos fluxos de caixa após 2033.
No cenário mais pessimista, sem renovação do contrato, a ação valeria R$ 28. Já o cenário mais otimista, que considera a renovação do contrato com custos imateriais, o papel valeria R$ 52.
O JP Morgan ressalta que o BB Seguridade abriu um programa de recompra de 64 milhões de ações, válido até fevereiro de 2025, e já executou aproximadamente 6 milhões no terceiro trimestre de 2023.
De acordo com a instituição, assumindo que o programa de recompra de ações seja renovado até 2025 nas mesmas proporções, a companhia pode encerrar 2026-27 com o Banco do Brasil atingindo entre 70-75% de fatia na empresa, ante atuais 66%.
“Quanto maior a fatia, maior é a chance de o contrato ser renovado, na nossa visão, visto que a economia mantida intra-grupo é maior”, diz.