Selic mais alta deve ‘atrapalhar’ as ações da B3 (B3SA3), diz BofA; veja a nova recomendação
Em um dia de leve recuperação das perdas recentes do principal índice da bolsa brasileira, as ações da B3 (B3SA3) foram na contramão do apetite ao risco e disputaram a liderança da ponta negativa do Ibovespa (IBOV).
Nesta quarta-feira (11), B3SA3 terminou o pregão com queda de 2,49%, a R$ 12,13. Acompanhe o Tempo Real.
O motivo para o desempenho negativo dos papéis é a revisão das estimativas para a B3, dona da bolsa brasileira, pelo Bank of America (BofA).
O banco rebaixou a recomendação das ações da B3 de compra para neutro e cortou o preço-alvo de R$ 14 para R$ 13 — o que representa um potencial de valorização de 5% em relação ao fechamento anterior.
Segundo os analistas do banco, a revisão é uma adequação dos números ao cenário macroeconômico atual, de juros elevados por mais tempo.
Isso porque o BofA espera que o Banco Central comece um novo ciclo de aperto monetário até o início de 2025. As projeções para a Selic foram ajustadas de 10,50% para 11,75% no final de 2024.
Já para o ano seguinte, os analistas estimam a taxa básica de juros a 10,75% contra a projeção anterior de 9,0%.
B3: os novos números esperados pelo BofA
Entre os números revisados, os analistas do BofA reduziram as estimativas para o volume de negociações dos papéis B3SA3.
Nas contas do BofA, a expectativa de volume médio diário de negociação (ADTV, na sigla em inglês) é de R$ 24 bilhões em 2025. A projeção anterior era de R$ 26 bilhões.
Os analistas também preveem um lucro das ações (EPS) menor no próximo ano. A expectativa é de que o EPS cresça 5% — o que corresponde ao lucro de R$ 0,90 por ação.
Por fim, o banco estima um múltiplo de relação entre preço e lucro (P/L) mais baixo, de 14x P/L — ante 15x P/L previsto anteriormente.
Segundo os analistas, o novo P/L alvo está alinhado aos múltiplos de negociação da B3 durante períodos de altas taxas de juros.
“A empresa foi negociada a 14x P/L durante períodos de alta Selic, sugerindo alta limitada aos níveis atuais”, escrevem os analistas Mario Pierry e Antonio Ruette, em relatório.
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