Selic, inflação e PIB mais altos: Itaú atualiza projeções para o Brasil e vê ‘riscos crescentes’
O Itaú atualizou suas projeções para a economia brasileira e vê “riscos crescentes” no país.
A começar pelo déficit primário, o economista-chefe, Mario Mesquita, diz que a redução da contenção de gastos no último relatório bimestral sugere um ajuste fiscal limitado, o que contribui para o aumento da percepção de risco doméstico. “Avaliamos que houve uma piora na transparência da política fiscal“.
Por enquanto, o banco manteve a estimativa de déficit primário de -0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e de -0,8% do PIB em 2025.
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Mesquita destaca que o aumento de prêmio de risco atrapalha a moeda, mas a performance tem sido compensada pelo aumento do diferencial de juros, por ora. “Mantivemos as nossas projeções de câmbio em R$ 5,40 por dólar ao final de 2024 e R$ 5,20 por dólar ao final de 2025”, diz.
Para o PIB, o banco elevou a projeção de crescimento de 3% para 3,2% neste ano e manteve em 2% em 2025. “Esperamos alguma desaceleração da atividade no segundo semestre do ano, porém menos intensa em função do consumo das famílias, sustentado pela resiliência do mercado de trabalho e o ciclo ainda positivo de crédito”, afirmam.
Para a taxa de desemprego, as projeções permanecem em 6,9% em 2024 e 7% em 2025.
Inflação e Selic
Para a inflação, o Itaú também elevou as expectativas de 2024 de 4,2% para 4,4% e de 2025 de 4,1% para 4,2%. “Incorporamos bandeira tarifária amarela em dezembro e uma alimentação no domicílio mais pressionada em função da alta recente dos preços de proteínas”, afirmam.
Já em relação à Selic, o banco projeta um ciclo de alta de 150 pontos base. Assim, a taxa deve alcançar o patamar de 11,75% ao final de 2024 e 12% no início do ano que vem.
O economista diz que a manutenção dos juros em patamar contracionista ao longo do primeiro semestre de 2025 deve resultar em uma desaceleração da atividade econômica, além de alguma apreciação do câmbio. Isso permite cortes nos juros a partir da segunda metade do ano, para 11% no final de 2025.
“Caso a economia se mostre ainda mais resiliente, quiçá por conta da expansão creditícia, ou caso ocorra um aumento significativo do prêmio de risco com impacto sobre a taxa de câmbio, o ciclo atual de alta pode ser mais extenso, o que ameaçaria os cortes ao longo do ano que vem”, alerta.