Banco Central

Selic em contagem regressiva? Confira de quanto deve ser o corte de agosto

27 jun 2023, 14:23 - atualizado em 27 jun 2023, 14:23
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Segundo o Copom, caso a inflação continue em um movimento de queda, abrirá espaço para uma redução na Selic a partir de agosto. (Imagem: Agência Brasil)

O ciclo de manutenção da Selic está chegando ao fim. Na ata do Comitê da Política Monetária (Copom), o Banco Central confirmou que pode fazer o primeiro corte da taxa básica de juros já na próxima reunião, marcada para começo de agosto.

A informação é novidade, já que no comunicado da semana passada, o Banco Central optou por um tom mais duro e não sinalizou reajustes. No entanto, após a surpresa negativa do mercado e críticas do governo, a autoridade monetária mudou o tom e explicou seus planos para o futuro da Selic.

Segundo a ata publicada nesta terça-feira (27), caso a inflação continue em um movimento de queda, abrirá espaço para uma redução na taxa básica de juros.

“A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”, diz.

Basicamente, o Banco Central espera por uma queda mais acentuada da inflação. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23%, desacelerando-se em relação à alta de 0,61% apurada em abril. Com isso, o indicador acumulou alta em 12 meses de +3,94%, de +4,18% no mês anterior. As projeções são de que junho seja registrada deflação.

Selic: corte de 0,25 ou 0,50?

Antes da divulgação da ata, o mercado estava dividido. Em um primeiro momento, a reação ao comunicado foi ruim, com o Ibovespa (IBOV) caindo 1,23% no pregão pós-Copom. No entanto, após uma leitura mais detalhada, os economistas voltaram a apostar na queda da Selic.

A maioria (80%) projetavam um corte de 0,25 ponto percentual; enquanto os mais otimistas somavam 20%, com um reajuste de 0,50 pp para baixo.

Agora, as projeções começam a se firmar ainda mais nos 0,25 pp. Igor Rocha, economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), aponta que o Banco Central reconhece que câmbio, preço das commodities e o novo arcabouço fiscal ajudam no processo de desinflação da economia.

“O documento veio com um tom mais ameno quando comparado com o comunicado divulgado imediatamente após a decisão tomada na última quarta-feira. Nesse contexto, poderá ocorrer um corte de 0,25 p.p. em agosto”, afirma.

Já Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, destaca que já há maioria avaliando que o processo desinflacionário em curso pode permitir o corte em agosto.

“Se atendo aos sinais de parcimônia, alteramos nossa perspectiva para a Selic de 13,75% no final desse ano para 12%, com o ciclo se iniciando com corte de 0,25 pp e intensificando para 0,50 pp nas três reuniões que encerram 2023. Para 2024, a Selic deverá terminar o ano em 9%”.

O estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, também projeta uma queda de 1,75 pp na taxa básica de juros este ano. No entanto, ele lembra que a semana ainda não acabou e tem reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), onde a meta de inflação pode ser alterada.

“A decisão do CMN sobre a meta de inflação será fundamental para a redução das incertezas e do desvio das expectativas em relação à meta”, afirma.

Ele ainda aponta que a estimativa é de que o processo de desinflação continuará avançando ao longo dos próximos meses. “Nesse momento, consideramos improvável que haja um corte de 0,50 pp na próxima reunião, não só pela preocupação do Comitê com uma flexibilização mais prematura como também pela pequena chance de que a projeção de inflação do BC recue para um patamar inferior a 3,0% já em agosto”, completa.

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