Selic em 13,75% por um tempo ou reajuste? Veja o que esperar da reunião do Copom
Amanhã (25), o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia a sua penúltima reunião do ano, sendo que o futuro da Selic será divulgado na quarta-feira (26). Para o mercado, o Banco Central não deve surpreender.
A expectativa é de que a taxa básica de juros seja mantida no atual patamar, de 13,75% ao ano.
“Uma elevação de 0,25 ponto percentual – levando os juros para 14,00% a.a. – não está descartada, mas vemos como um cenário de baixa probabilidade. Quase 90% do mercado precifica a manutenção da taxa em 13,75% a.a., reforçando o fim do ciclo de alta”, afirma Rafael Perez, economista da Suno Research.
Risco IPCA
Apesar da manutenção da Selic, o Banco Central deixou claro que permanecerá vigilante, e não hesitará em retomar as altas na Selic caso não evolua no processo de desinflação da economia.
Embora o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha registrado três quedas seguidas, a inflação projetada pelos economistas continua acima do limite superior da meta em 2023 e acima do centro da meta para 2024.
As metas de inflação para 2022, 2023 e 2024 são de 3,50%, 3,25% e 3%, nesta ordem, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Além disso, a expectativa é de que a inflação volte a subir, com a redução dos efeitos das medidas tomadas pelo governo para controlar os preços de combustíveis e energia elétrica.
Risco eleitoral
Embora a corrida eleitoral não influencie nas decisões do Banco Central, que é autônomo, a autoridade monetária está de olho no risco fiscal do país.
“O risco maior é de deterioração do cenário fiscal ou do cenário externo, mas o Banco Central tem graus de liberdade para aguardar”, destacam os analistas do Banco Modal, em relatório.
Segundo os economistas, a discussão eleitoral evidencia os riscos fiscais antevistos para o ano de 2023. A perspectiva de alteração do teto de gastos sugere riscos em seu processo de substituição, independente do formato utilizado.
Os candidatos também prometem gastos adicionais para o ano que vem, como a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600. “A perspectiva de mais gastos do governo pressiona a atividade econômica e, consequentemente, a inflação.”
Risco externo
Por fim, o Copom também deve levar em conta as incertezas globais antes de tomar qualquer decisão.
O mercado entende que a perspectiva da economia global se deteriorou desde a última reunião do Banco Central.” Ainda que as cadeias produtivas globais sigam em alívio, commodities energéticas e alimentícias parecem ter encerrado a queda que caracterizou a virada do semestre”, afirma a Modal.
O discurso do Federal Reserve também aponta na direção de mais juros e de um reajuste ainda mais rápido.
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