Selic em 13,75%: Nova nota dos EUA pode fazer Campos Neto mudar de ideia sobre corte?
A nova nota de crédito da Fitch para os Estados Unidos (EUA), AA+, evidencia um ponto de risco macroeconômico, mas não deve impactar a decisão do Comitê da Política Monetária (Copom) em cortar a taxa básica de juros. O Comitê anuncia nesta quarta-feira (2) sua decisão.
De acordo com o estrategista de investimentos da Nexgen Capital, Heitor Martins, a visão do Banco Central (BC) em relação à taxa Selic deve ficar em torno das expectativas econômicas para o Brasil daqui para frente.
“O ritmo dos Estados Unidos não deve impactar nem para cima, nem para baixo a decisão do Banco Central”, diz.
O ciclo de aperto monetário do Banco Central começou em março de 2021 e seguiu até agosto de 2022; desde então, a Selic está sendo mantida no patamar de 13,75%. Antes do início do aperto, os juros estavam estacionados em 2%, menor patamar histórico, desde agosto de 2020.
O tamanho do reajuste na taxa básica ainda não está claro. Uma parte dos analistas prefere seguir a linha mais cautelosa, com um corte de 0,25 ponto percentual – a ideia é de que os núcleos da inflação continuam altos. Já outra parte defende que há espaço para um corte mais ousado, de 0,50 pp.
O diretor de research e sócio da Quantzed, Leandro Petrokas, ainda ressalta que o principal mandado do Banco é a manutenção do poder de compra da moeda. Ou seja, controle da inflação, a qual já está arrefecendo há alguns meses.
Os avanços internos – trâmite do arcabouço fiscal e aprovação da reforma tributária – também são vetores positivos para a início da trajetória de queda da Selic.
Além disso, Petrokas ressalta que o nível atual da Selic já contempla um cenário externo desafiador.
Nova nota dos EUA
A Fitch rebaixou a nota dos EUA de AAA para AA+ e a perspectiva do rating foi elevada de negativa para estável, sinalizando a situação deve ser revisada tão rápido.
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O rebaixamento “reflete a esperada deterioração fiscal nos próximos três anos, um elevado e crescente endividamento geral do governo, e a erosão da governança em comparação a pares com notas AA e AAA, nas últimas duas décadas, que se manifesta em repetidos impasses sobre o limite da dívida e decisões em cima da hora.”