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Selic em 13,25%: Ibovespa vai cair ou subir na sexta com decisão?

15 jun 2022, 20:47 - atualizado em 15 jun 2022, 21:02
Sede do Banco Central em Brasília
Como o Ibovespa deve sentir a alta da Selic? Veja a repercussão de economistas e gestores de mercado (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O Banco Central elevou, em 0,5 ponto percentual, a taxa de básica de juros, dentro das expectativas dos economistas. A grande questão está em torno do que o BC fará nas próximas reuniões (e a expectativas é de novas altas).

No comunicado, a entidade cita explicitamente um “novo ajuste”.

Ou seja, deveremos assistir na reunião de agosto uma nova elevação, que pode ser “de igual ou menor magnitude”, de 50 pontos-base (bps) ou 25 (bps).

Na visão de Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos, a alta de 0,5% da Selic foi correta e o ideal é deixar as portas abertas para novo aumento residual.

“Talvez seja necessário, dependendo da situação, um novo aumento, talvez numa patamar menor, na faixa de 0,25%”, complementa. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 2 e 3 de agosto.

Marco Caruso, do Banco Original, argumenta que o novo documento traz mudanças importantes.

Do lado hawk – inclinado a entregar juros ainda mais altos – destacam-se:

  1. o ambiente externo com o consequente aumento da aversão a risco “especialmente nos países emergentes”;
  2. os riscos fiscais, com especial inclusão daqueles decorrentes “das medidas tributárias em tramitação”, leia-se PLP 18 que limita o ICMS de alguns itens, fato que tende a reduzir a inflação deste ano, mas elevá-la em 2023;
  3. a menção de que a incerteza sobre as suas projeções “cresceu desde a última reunião.

“Juntando tudo, nos parece um documento consistente com o fim do ciclo na próxima reunião e, no linguajar do mercado, marginalmente dovish. Como todo fim de ciclo, quando os ajustes finos da autoridade monetária se sobrepõem aos modelos e contas dos analistas, preferimos aguardar a ata para refinar o nosso cenário. Hoje, a priori, esperamos uma Selic terminal de 13,75% ao ano”, conclui.

Para Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, não há dúvida de que a orientação da política monetária já é altamente restritiva.

“Estamos agora entrando em um estágio de ajuste fino de final de ciclo”, completa.

Já Carlos Menezes, gestor da Gauss Capital, diz que a projeção de 2024 abaixo da meta indica que BC deverá cortar juros no decorrer de 2023.

Fabio Guarda, gestor da Galapagos Capital, argumenta que nesse cenário de mais atividade e mais inflação do que o originalmente esperado, acerta o BC em indicar a continuidade do ciclo colocando um teto para as próximas altas em 0,50pp.

O que esperar do Ibovespa na sexta?

Fechado para os mercado na próxima quinta-feira (16) por conta do feriado de Corpus Christi, economistas que conversaram com o Money Times disseram que o Ibovespa não tem grandes chances de quedas bruscas, já que o tom do Banco Central e a elevação ficaram dentro do esperado.

“Ficou dentro do consenso. O impacto tente ser a pequeno para os mercados”, prevê João Savignon, economista da gestora Kínitro.

Já para Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, o mercado deve se apegar a nova estratégia do BC em que ele fala de convergência da inflação ao redor da meta ao invés de exatamente na meta, “o que poderá gerar mais volatilidade no câmbio”.

“Embora o resultado tenha vindo dentro do esperado, o mercado poderá ficar incomodado com essa sinalização do BC, que aliado ao resultado do FED deve manter a taxa de câmbio em patamar elevado”, completa.

Com Bloomberg

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