Selic em 11,75%: Campos Neto já fala em rever ritmo de cortes nos juros; entenda
Na semana que vem, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para a sua última reunião do ano. A expectativa do mercado, que também já foi sinalizada pelo Banco Central, é de que deve ter mais um corte de 0,50 ponto percentual na Selic.
Atualmente, a taxa básica de juros está no patamar de 12,25% ao ano. Se o reajuste para baixo se confirmar, a Selic termina o ano em 11,75%, dentro da projeção do Relatório Focus. Dados da economia estão ajudando a autoridade monetária a manter o ritmo de afrouxamento, como é o caso da inflação.
No entanto, nesta terça-feira (5), o presidente Roberto Campos Neto alertou os mais otimistas de que o jogo da política monetária ainda não está ganho e há incertezas no ambiente.
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“A gente tem de fato uma inflação que está convergindo para o que o Banco Central esperava. Nesse último número a inflação cheia veio um pouquinho acima, mas o qualitativo da inflação tem sido benigno, então a gente entende que, por ora, consegue seguir com esse espaço [para corte de juros]. O problema não é nem tanto o espaço, mas a incerteza”, disse durante um evento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
Segundo o presidente do BC, desde a última reunião do Copom, houve uma mudança marginal na perspectiva do cenário global, que aparentemente começou a “engatar desaceleração”. No entanto, os demais bancos centrais precisarão manter as suas taxas elevadas por mais tempo, o que acaba impactando o Brasil.
Campos Neto ainda disse que a inflação de serviços brasileira ficou abaixo da dos Estados Unidos pela primeira vez em muitos anos, o que abre espaço para o BC cair os juros e continuar perseguindo essa convergência. “A gente entende que o processo de desinflação não está ganho, mas está se encaminhando conforme o esperado”, completou.
Ele destacou que ainda vê espaço para cortes de 0,50 pp, mas lembra que isso é válido “sempre duas reuniões à frente”. Ou seja, até janeiro, a Selic deve ser reduzia a 11,25%. Depois, disso, os dirigentes do Banco Central precisam avaliar se vale a pena continuar com o ritmo ou reduzir o passo.
*Com informações da Reuters