Selic em 11,75%: Banco Central deve reduzir juros para o menor patamar em quase dois anos
Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) realiza a sua última reunião do ano e a expectativa do mercado é de que o Banco Central mantenha o seu ritmo de cortes na Selic, de 0,50 ponto porcentual. Se o reajuste se confirmar, a taxa básica de juros encerra o ano de 2023 no patamar de 11,75%.
Além disso, caso o corte aconteça, a Selic voltará para o mesmo patamar que estava em março de 2022. Nesses últimos 21 meses, a vida da Selic foi emocionante: a autoridade monetária elevou a taxa de juros em mais 2 pp, mantendo-a em 13,75% por um ano.
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O Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), pesquisa semanal da Equus Capital, mostra que probabilidade de corte indicada pelo mercado é de 98%. Trata-se de uma queda nas expectativas, quando comparado com o dia 1º de dezembro, quando 98,9% dos economistas apostavam na manutenção do ritmo de cortes.
“A melhoria das condições financeiras no exterior e a evolução da orientação orçamental interna apoiam a continuação do ciclo de flexibilização. A atividade mais forte do que o esperado e a incerteza em torno do cumprimento das metas fiscais futuras impedem qualquer mudança no ritmo dos cortes nas taxas”, destaca David Beker, chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America.
Até quando o Banco Central vai cortar a Selic?
No entanto, a dúvida agora é até quando a autoridade deve manter esse ritmo de afrouxamento monetário. Vale lembrar que, desde que iniciou os cortes nos juros, em agosto, o Banco Central já realizou três reajustes de 0,50 pp.
“Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, destacou a última ata do Copom, divulgada no mês passado.
Na terça-feira (5), o presidente Roberto Campos Neto alertou os mais otimistas de que o jogo da política monetária ainda não está ganho e há incertezas no ambiente. E já deixou o recado: o Banco Central pode rever o ritmo do afrouxamento monetário. No entanto, ele destacou que ainda vê espaço para cortes de 0,50 pp, mas lembra que isso é válido “sempre duas reuniões à frente”. Resumindo: até janeiro, a Selic deve ser reduzia a 11,25%.
O economista Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica do Goldman Sachs para a América Latina, afirma que espera que o BC continue a sinalizar que o atual ritmo de cortes é adequado para as próximas reuniões.
“Esperamos que o comunicado pós-reunião reconheça novos progressos na frente da inflação e um cenário externo menos adverso, dado o declínio significativo dos rendimentos back-end do dólar, o amplo enfraquecimento do dólar e a precificação antecipada dos cortes nas taxas do Fomc”, diz em relatório. “Esperamos que o Copom reitere que a postura política permanecerá restritiva até que o processo desinflacionário se consolide e as expectativas de inflação se voltem a ancorar em torno da meta”, completa.