Selic em 11,25%: Aumentam apostas de corte de 0,50 pp; veja o que esperar da Super Quarta
Nesta quarta-feira (31), acontece a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). As expectativas do mercado apontam para a manutenção do ritmo de cortes na Selic, com uma redução de 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de jurosvai para 11,25% ao ano.
O Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), pesquisa semanal da Equus Capital, mostra que probabilidade de corte indicada pelo mercado, até a última segunda-feira (30), era de 97,4%. Trata-se de uma alta nas expectativas, quando comparado com a semana anterior: na época, 96,8% dos economistas apostavam na manutenção do ritmo de cortes.
Em relação à primeira quinzena de janeiro, esse número saltou 2 pp, quando estava em 95,4%. No entanto, vale destacar que no dia 12 de janeiro, as apostas eram mais altas do que as atuais, quando foram registrados 97,7%.
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Copom: O que esperar para a Selic?
A queda da Selic para 11,25% não deve surpreender, visto que, em sua última reunião, o grupo adiantou que novos cortes da mesma magnitude estavam previstos. Há consenso entre analistas de que o ritmo deve permanecer o mesmo, com a continuidade da redução da Selic atrelada ao processo desinflacionário.
Na visão de Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe Warren Investimentos, além da expectativa de que o ritmo dos cortes siga o sinalizado na última reunião, é provável que o comunicado repita a mensagem de que os membros do Comitê esperam redução igual nas próximas reuniões, avaliando este como o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista.
“Desde a última reunião, não houve alterações relevantes da dinâmica inflacionária, das expectativas, das projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos que justifiquem uma sinalização divergente das anteriores”, avalia.
Em linha, a avaliação do economista-chefe da Daycoval Asset, Rafael Cardoso, é de que o ritmo de cortes seja mantido até o fim do primeiro semestre. No entanto, ele aponta que, a partir do segundo semestre, reduções de 0,25 p.p devem ser feitas, chegando ao fim de 2024 com uma taxa de juros um pouco abaixo de 9% ao ano.
“Nosso cenário base é de que a taxa Selic chegue a 9%, mas internamente acreditamos que tal projeção tem assimetria baixista. A confirmação de um cenário mais benigno no âmbito fiscal, a materialização de juros menores que o esperado nos Estados Unidos ou uma inflação mais baixa do que a imaginada aumenta a probabilidade desse cenário, ainda que haja outras questões envolvidas”, pondera.
*Com Lorena Matos