Banco Central

Selic em 10,75%: Campos Neto confirma mais dois cortes de 0,50 pp nos juros

21 dez 2023, 13:52 - atualizado em 21 dez 2023, 13:52
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Campos Neto destacou que o Banco Central está de olho no fiscal, mas que não existe uma relação mecânica com a Selic. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou nesta quinta-feira (21) que a autoridade planeja mais dois cortes de 0,50 ponto percentual na taxa Selic.

Desde agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) já realizou quatro reajustes de 0,50 pp, levando a taxa básica de juros de 13,75% para 11,75% ao ano. Em sua última reunião, o grupo adiantou que novos cortes da mesma magnitude estavam previstas.

Durante a entrevista coletiva sobre o Relatório Trimestral de Inflação do 4º trimestre, Campos Neto reiterou que o ritmo de corte de 0,50 pp é apropriado e que significa que esse reajuste é para mais duas reuniões. “Ritmo de queda da Selic é apropriado para a convergência saudável da inflação”, disse.

Ou seja, se o atual cenário econômico se manter, em março, a Selic estará em 10,75%. As próximas duas reuniões do Copom estão programadas para 31 de janeiro e 20 de março.

Sobre as reuniões seguintes, o dirigente afirma que acelerar ou desacelerar corte da Selic depende das condicionantes. “Não posso dizer qual o mapeamento daqui para frente porque há muita incerteza”, aponta. Ele ainda completa dizendo que não dá para afirmar que ‘tudo melhorou’ desde o Copom anterior. “Inflação de serviços melhorou, mas expectativas não mudaram quase nada”.

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Campos Neto: Fiscal volta a pressionar a Selic

Campos Neto aproveitou para lembrar que o cenário fiscal também pode pressionar as expectativas de inflação, o que resulta em mudanças na política monetária. No entanto, ele voltou a dizer que a relação não é “mecânica”, e que o BC vai avaliar como a economia vai reagir.

Segundo ele, mesmo que o fiscal venha pior do que o prometido no arcabouço fiscal, se o governo seguir fazendo reformas olhando para o controle dos gastos públicos, essa piora não é significativa e o mercado entende caso a meta de déficit não seja alcançada.

Ele também destaca que, às vezes, o governo tem dificuldade em aprovar medidas na íntegra. “Temos boa relação com o governo e esperamos que relacionamento melhore”, afirmou Campos Neto, que também diz ter parabenizado o ministro Fernando Haddad pelo esforço na aprovação de medidas.

Vale lembrar que ontem o Congresso promulgou a reforma tributária.

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