Selic: Disparada dos tesouros americanos pode colocar água no chope de Campos Neto?
A disparada dos tesouros americanos, conhecidos como treasuries, provocou uma onda vendedora na bolsa brasileira em setembro.
O Ibovespa fechou o mês com ganhos miúdos de 0,6%. Em outubro, o índice continua patinando diante da alta dos rendimentos, conhecido por serem taxa de juros livre de risco, ou seja, as mais seguras do mundo.
A equação é simples: para valer a pena, qualquer investimento, em qualquer lugar, precisa render mais que esses treasuries, como explica o apresentador do Market Makers, Renato Santiago, em sua coluna publicada no Money Times.
Mas a disparada será suficiente para frear o ciclo de corte da Selic?
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O assunto foi tema de discussão entre dois dos mais renomados economistas do mercado, Fabio Kanczuk, da Asa Investments, e Zeina Latif, da Gibraltar Consulting, no episódio do Market Makers.
Para Kanczuk, que já foi diretor do Banco Central, sim, a alta dos rendimentos pode obrigar o BC a frear o corte antes do previsto.
“Antes dos títulos de 10 anos irem para 4,80%, eu chutaria que BC reduziria juros para 8%-9%, que era a intenção do próprio BC com juros neutro em 4,5% e inflação esperada de 3,5%”, explica.
Agora, ele passou a ver uma Selic terminal em 10,5%. “Mas é um chute, continuo achando que vão reduzir mais do que o necessário para controlar inflação e o jeito de operar isso é comprando inflação implícita”, discorre.