Selic deve se manter em 13,75% até março de 2023, avalia Inter
Semana que vem o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir o futuro da taxa básica de juros. Para Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, o Banco Central deve manter a Selic no atual patamar de 13,75% ao ano até março de 2023.
“Esperamos que a Selic permaneça no elevado patamar de 13,75% até pelo menos o primeiro trimestre de 2023. A taxa deve continuar elevada por alguns meses, mesmo com os sinais de queda da inflação”, diz em relatório.
Segundo a economista, o afrouxamento da política monetária pode iniciar ainda no 1º semestre de 2023, entre março e maio. No entanto, esse cenário vai depender da sinalização da política fiscal no próximo governo.
Ela aponta que, mesmo com superávit primário fiscal previsto de 1,1% em 2022, a política fiscal para o ano que vem ainda é incerta.
A inflação pode voltar a subir caso novas medidas de ampliação de gastos voltem à pauta, com estímulos à demanda, o abandono da âncora fiscal e sem compromisso com a trajetória declinante da dívida pública. Com isso, o Banco Central poderia optar pela manutenção da Selic elevada por mais tempo.
IPCA baixo e PIB alto
O banco revisou as suas projeções para a inflação e atividade econômica. Para 2022, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi reduzido de 5,8% para 5,5%. Atualmente, o indicador acumula alta de 4,09% nos nove primeiros meses do ano. A taxa anual está em 7,17%.
“A queda dos preços dos combustíveis e alimentos, puxada pelas menores cotações de commodities no mercado internacional, devem manter a inflação de bens em baixa nos próximos meses”, aponta Rafaela.
No entanto, ela alerta que, após três meses de deflação, a variação do IPCA deve voltar a subir em outubro.
Para 2023, a projeção foi mantida em 4,7%. Já para 2024, a expectativa é de que a inflação encerre o ano em 3,2%.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Inter elevou a projeção de 2,8% para 3% em 2022. O crescimento da atividade econômica foi mantido em 1% para 2023, e projetado em 2% para 2024.
“Para 2023, ainda esperamos uma desaceleração puxada pela demanda global mais fraca e pelos juros restritivos por aqui.”
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