Selic deve atingir 11,25% em 2022, diz Santander
A taxa de juros básica (Selic) deve chegar a máxima de 11,25% em meados do próximo ano e encerrar 2022 nesse mesmo patamar, segundo a Santander Asset Management, gestora da unidade do banco espanhol no Brasil.
A avaliação da instituição destoa do que era unanimidade no mercado até poucas semanas atrás, de que Selic seria reduzida ainda em 2022 depois de atingir o pico do aperto monetário na primeira metade do ano.
Com as altas recentes feitas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), parte dos investidores tem retornado para a renda fixa — tendência que no próximo ano deve continuar, na avaliação do banco.
“Achamos que, em 2022, a renda fixa deve continuar a crescer, mas nossa previsão está neutra porque vemos que os prêmios estão relativamente reduzidos”, explicou Carlos André, CEO da SAM, em evento para a imprensa, do qual o Money Times participou.
Além da previsão para a Selic, o braço para investimentos do Santander aponta um cenário “desafiador” para o ano que vem.
Isso porque 2022, por ser um ano de eleições presidenciais, tende a apresentar bastante volatilidade. A aposta de André é a de que tudo deve ficar mais estável no pós-eleição.
“A melhora econômica independe do candidato ou do partido, dependendo muito mais da pauta que será abordada em economia e como o mercado vai ouvi-la”, afirma.
Desamparo
Com a volatilidade, André acredita que muitos investidores podem se sentir “desamparados” e que o pior que pode acontecer “depende do perfil de cada um deles”.
“O cenário de volatilidade será o maior desafio, em especial em investimentos com risco maior”, diz.
Pelo menos para o começo de 2022, a visão da Santander Asset Management é cautelosa para os ativos domésticos, enquanto, nos Estados Unidos, o banco avalia que deve haver uma alta nas bolsas.
Mas nem tudo é negativo para o investidor brasileiro em 2022, pondera a instituição. “O ponto positivo é que a indústria de investimentos se sofisticou bastante e temos mais ferramentas para passar por períodos de volatilidade”, afirma.
O dólar também foi classificado pela SAM como “neutro” — ou seja, sem apresentar uma tendência clara de baixa ou alta.