Economia

Selic: Como fica a decisão do Copom com o fim da deflação?

25 out 2022, 13:49 - atualizado em 25 out 2022, 13:49
Fundo imobiliário
O índice de difusão do IPCA-15 aponta que 62,76% dos itens apresentaram alta no mês passado (Imagem: Shutterstock)

Outubro deu um fim à onda de queda nos preços. Depois de duas deflações seguidas, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) registrou alta de 0,16% – acima da projeção de +0,09%.

“Apesar do IPCA de setembro ter indicado deflação do índice, o IPCA-15 reforça o que já havíamos observado na decomposição da inflação: ainda existe uma forte pressão inflacionária sobre os serviços aqui no Brasil”, afirma Lana Santos, assessora de Renda Variável da Acqua Vero.

Além disso, o índice de difusão aponta que 62,76% dos itens apresentaram alta no mês passado, em relação a 59,95% de setembro, puxado pelos preços dos alimentos que voltaram a subir, apontando para uma tendência de alta.

“Ainda assim, existe uma constatação importante de que existem grupos de preços que seguem uma tendência deflacionária, como transportes. Isso tem um efeito importante no controle da aceleração da inflação”, aponta Camila Abddelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Banco Central

O indicador chegou logo no primeiro dia das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), mas não deve influenciar tanto no futuro da Selic.

O mercado projeta que o Banco Central vai manter a taxa básica de juros no patamar atual de 13,75% ao ano, mesmo depois de alertar que vai acompanhar de perto as movimentações inflacionárias e não hesitará em reajustar os juros.

A autoridade monetária e os economistas querem saber é da inflação do ano que vem. “A curiosidade nem é pela taxa, mas pela perspectiva do Banco Central para a inflação em 2023. É onde mora a grande incerteza e que vai ditar o ritmo da Selic”, afirma Camila.

Inflação oficial

Os números do IPCA-15 levam os economistas a apostarem em uma alta na inflação fechada de outubro, que será divulgada no dia 10 de novembro.

Lana, da Acqua Vero, também lembra que, de 2010 até 2022, tivemos apenas cerca de 6 meses com IPCA negativo – os últimos três meses consecutivos de deflação deste ano é algo inédito na história do país.

“Já era de se esperar uma volta da inflação a patamares positivos, pois o Brasil roda com uma inflação positiva historicamente”, afirma.

Na projeção de Eduardo Vilarim, economista do Banco Original, deve ser registrada uma alta de 0,30% para o IPCA cheio de outubro. Já no acumulado anual, a inflação deve fechar em 5,6% em 2022 e 5,2% em 2023.

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