Selic: Como a queda da taxa de juros impacta o agronegócio?
O corte na Selic não deve trazer grandes mudanças para o agronegócio em um primeiro momento, muito em função do patamar já elevado da taxa básica de juros, na visão de Felippe Serigati, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP) e pesquisador do Centro de Agronegócios da FGV (FGV Agro).
A redução na taxa básica de juros prevista para esta quarta-feira (2) já é um consenso entre os agentes do mercado financeiro. Ainda assim, não há definição quanto a redução da taxa básica de juros, e se ela deve passar de 13,75% para 13,50% ou para 13,25%.
“O impacto parece modesto no curto prazo, por ser um corte pequeno na Selic, o que não resultará em grandes mudanças no custo do crédito. Ou seja, a economia brasileira não começará a crescer se a taxa de juros passar de 13,75% para 13,25%”, diz Serigati.
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Mudanças para o agronegócio
Na avaliação do pesquisador, o mais importante para agronegócio fica para o tom adotado pelo Banco Central (BC) na reunião.
“O BC deve justificar de forma breve a decisão de reduzir a Selic, como uma justificativa de forma ampla acontecendo na ata do Copom. Dessa forma, a grande questão de importância fica para o tom adotado pelo Copom, com sinalizações futuras sobre novos cortes na taxa básica de juros nas próximas reuniões, o ânimo do mercado e do setor do agronegócio fica maior”, explica.
Na visão de Serigati, uma avaliação positiva do mercado para o comunicado do Copom pode resultar em queda para o dólar.
“Essa redução no câmbio não é exatamente positiva para quem comercializa a safra, mas, para os produtores que estão adquirindo insumos, pode ser um alívio. Tudo dependerá do teor do comunicado, se o Copom for excessivamente cauteloso, talvez a gente veja um movimento justamente na direção oposta”, diz.