Selic com cara de alta e real mais forte, soja só não perde se estoques dos EUA estiverem baixos
É bom que o real perca força nos próximos dias, reforçando o interesse de compra dos importadores. A partir de quarta-feira próxima, se o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmar expectativas de alta da Selic, conforme o mercado aguarda em 5,25%, a divisa brasileira deve ter ganhos frente ao dólar e os produtos brasileiros ficarão mais caros.
É assim que funciona sempre que há atração para entrada de dólares quando a taxas de juros ficam mais altas, descontando cenários internos e externos (decisão do Federal Reserve sobre os juros) que possam alterar esse fundamento.
Com cerca de 30 milhões de toneladas de soja ainda não vendidas, e China comprando menos, o que pode ainda ser favorável ao Brasil, mesmo com o câmbio ruim para o exportador, é se a disponibilidade de estoques dos Estados Unidos estiver baixa.
Caso não, pensa o analista Marlos Correa, “diminui a intenção de compras no Brasil”.
Fica, então, também em pendência, nas necessidades dos importadores, acredita o diretor da trading InSoy.
As apostas para a próxima reunião (3 e 4 de agosto) do Banco Central dão uma Selic saindo dos 4,25% para 5,25%, além de apontarem um viés crescente para todo ano de 7,25%.