Selic caminha de nível ‘contracionista’ para ‘bastante contracionista’, diz diretor do Banco Central
Segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, a Selic está caminhando de um patamar já “contracionista” para “bastante contracionista”, disse nesta segunda-feira (13) em evento do Bradesco Asset.
“Tenho pouca dúvida de que a gente está contracionista e está indo para bastante contracionista”, disse.
Em dezembro do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual (p.p.) e indicou mais duas altas na mesma magnitude nas reuniões de janeiro e março. Se a indicação for confirmada, a Selic irá para o patamar de 14,25% ao ano.
Guillen disse no evento que, no último encontro de 2024, o cenário menos incerto e mais adverso permitiu que o BC desse um guidance para a política monetária. Ele destacou, no entanto, que a autarquia acompanhará a atividade econômica, a inflação e as projeções para tomar decisões futuras.
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O diretor afirmou ainda que é cedo para se discutir o eventual momento de encerrar o ciclo de alta de juros.
Segundo ele, a autarquia sempre se guiará pela confiança de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está convergindo para a meta. Essa é, inclusive, a maior preocupação de Guillen, junto da desaceleração de crescimento de forma “ordenada”.
A partir deste ano, o BC persegue uma meta contínua de inflação, medida mês a mês, e não apenas no fechamento do ano. O alvo segue o mesmo, de 3%, com tolerância de 1,5 p.p. para mais ou para menos.
O diretor disse que o dinamismo do consumo das famílias, impulsionado por gastos do governo, e o desempenho do crédito são elementos mitigadores da política monetária.
*Com informações da Reuters