Juros

Selic: Apostas de pausa nos cortes sobem para 78,9%; veja o que esperar dos juros

27 maio 2024, 16:12 - atualizado em 27 maio 2024, 16:12
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A expectativa do mercado é de que a Selic encerre o ano em 10%. (Imagem: Getty Images/Canva Pro)

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve pausar os cortes na Selic em sua reunião de junho, com as projeções de inflação subindo ao longo das semanas.

Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), pesquisa semanal da Equus Capital, mostra que probabilidade de uma pausa nos juros, até esta segunda-feira (27), é de 78,9%.

Trata-se de uma alta nas expectativas, quando comparado com a semana anterior: na época, 67,3% dos economistas apostavam na manutenção no atual patamar da Selic.

“Vemos que a probabilidade de manutenção indicada pelo IEPS, neste momento, é de 78,9%. Na semana anterior, o índice apontava uma probabilidade de 67,3%. Vale lembrar que, no dia anterior à última reunião do Copom, este percentual estava em 28%”, destaca Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital.

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Selic: Por que taxa de juros pode terminar o ano mais alta

A alta da inflação e incertezas fiscais, junto com as apostas de um Federal Reserve mais cauteloso, fez com que o Banco Central pisasse no freio do afrouxamento monetário.

No início do mês, o Copom reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. Esse foi o primeiro corte desta magnitude na Selic desde que o BC deu início aos reajustes. Antes disso, foram seis cortes de 0,50 pp. Desta forma, a Selic passou de 10,75% para 10,50% ao ano.

Na semana passada, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, destacou que as projeções inflacionárias estão subindo e deu um recado sobre fiscal.

“Quando a gente pensa em termos de risco para a economia global, inflação alta continua no topo da lista. E acho que aqui é um pouco de vários fatores e do questionamento em relação à última milha. Como vai ser essa última milha? Os bancos centrais precisam, nesse momento, passar uma mensagem de que se o fiscal não ajudar, fica um pouco mais difícil fazer essa tarefa”, disse em palestra na FGV.

Vale lembrar que os economistas ouvidos pelo BC, no Relatório Focus, revisaram as projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Selic para este ano.

As expectativas de alta para a inflação passaram de 3,80% para 3,86%, enquanto a Selic deve encerrar o ano em 10%.