Economia

Selic abaixo de 9% até 2025? Não para o Itaú BBA, que vê riscos no horizonte; confira

10 abr 2024, 13:45 - atualizado em 10 abr 2024, 13:45
selic juros
O Itaú BBA enxerga uma pressão no mercado de trabalho, sendo esse um fator de alta para a inflação no Brasil (Imagem: Yauhen Akulich/Canva Pro)

Segundo Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, as projeções do banco para a Selic, tanto em dezembro de 2024 como em dezembro de 2025, apontam para uma taxa básica de juros em 9,25%.

“A atuação do Banco Central encontra limites, dado as expectativas do mercado, o estado da atividade econômica do mercado de trabalho e o comportamento do real. Com isso, as visões mais agressivas a respeito do potencial desse ciclo de cortes de juros, abaixo de 9%, era algo que não acreditávamos, mas é algo que temos repensado, ainda que as nossas expectativas estejam acima de 9%”, avalia.

A declaração foi feita na manhã desta quarta-feira (10), no Macro em Pauta, evento do Itaú BBA, que trouxe discussões sobre o cenário macroeconômico em 2023 e perspectivas para 2024.

Inflação no Brasil e seus riscos

Em relação à inflação, os economistas do BBA enxergam uma continuidade do processo desinflacionário no Brasil. No entanto, enfatizam os riscos no horizonte, com o principal deles sendo a dinâmica de serviços e mercado de trabalho, que segue pressionada, com aumento dos salários reais.

“Vemos um mercado de trabalho apertado para o padrão brasileiro, com a média histórica entre 10% e 9%, enquanto a gente roda com um desemprego abaixo de 8%, com o emprego total na máxima, em torno de 100 milhões de pessoas, um mercado de trabalho resiliente. Basicamente, e isso segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a população está mais tranquila do que o normal para sair dos seus empregos atuais, em busca de um novo”, aponta Mesquita.

“O crédito, que segue forte no Brasil, seguirá impulsionando a economia do Brasil. Sendo assim, os cortes de juros que começamos a ver no ano passado devem começar a mostrar seu impacto positivo para a economia do país neste ano”, conclui o economista-chefe.

Julia Gottleb, economista do Itaú BBA, ressalta que o processo de desinflação no Brasil tem riscos no radar.

“Entre os riscos de baixas, está a MP do setor elétrico, de zerar conta Covid e EH via Eletrobrás, assim como a parte de alimentação, com menor impacto. O risco de alta fica para os serviços subjacentes seguirem rodando a patamares entre 5,5% e 6%. Quando olhamos o núcleo da inflação, os riscos ainda são altistas, com itens pontuais podendo puxar essa inflação para baixo”, explica Gottleb.

Para o IPCA, o banco projeta 3,6% em 2024 e 3,5% em 2025, enquanto a taxa de desemprego deve ficar entre 7,8% neste ano e no próximo.

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