Juros

Selic abaixo de 12% em dezembro? Para Mansueto Almeida, do BTG Pactual, é possível

28 jun 2023, 20:22 - atualizado em 28 jun 2023, 20:22
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Selic abaixo de 12% depende de sinais corretos de que contas públicas entrarão nos eixos, segundo Mansueto Almeida (Imagem: Divulgação/ BTG)

O tão esperado ciclo de corte da taxa básica de juros, a famosa Selic, pode ser melhor do que se espera, segundo o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida. Para ele, a Selic pode terminar 2023 abaixo de 12% ao ano, contra os atuais 13,75%.

A condição para que isto aconteça, contudo, é que o Banco Central receba sinais concretos de que o governo está disposto a cumprir o novo arcabouço fiscal e, portanto, controlará seus gastos.

“Está muito claro que vamos ter um cenário de corte de juros no segundo semestre. Se aproveitarmos, dando as informações corretas, mostrando que o governo vai conseguir cumprir seu programa fiscal e avançar em reformas, esse ambiente será potencializado para um ciclo de reduções mais rápidas”, afirmou Mansueto, durante o BTG Talks 2023, evento realizado nesta quarta-feira (28) em São Paulo.

“Isso seria muito bom para a retomada de investimentos e para o crescimento da economia e da bolsa”, acrescentou o economista.

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Mansueto: Arcabouço fiscal tem méritos para ajudar corte da Selic

Mansueto também apontou méritos no arcabouço fiscal proposto pelo governo Lula, como o de estabelecer um teto para o crescimento dos gastos públicos de 0,6% a 2,5% ao ano. Parece muito, mas, entre 1997 e 2015, segundo o economista, as despesas apresentaram crescimento médio anual de 6%.

Ele sublinhou, contudo, que o ponto de partida para fechar as contas públicas é um grande déficit primário – o que complica bastante o desafio. “O governo promete transformar um déficit de R$ 100 bilhões em saldo positivo de R$ 100 bilhões até 2026. É um ajuste de R$ 200 bilhões, num contexto de crescimento real de gastos”, explica Mansueto.

“Como vai fechar esse buraco fiscal? O plano do governo é baseado em aumento de arrecadação R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões”, completa o economista. Para ele, o pacote de Lula “animou mais os gestores de fundos do que propriamente os economistas, porque a gente tira da mesa o risco de cauda.”