Selic: a hora é de calma (e de esperar pelo Congresso)
Como esperado, o Banco Central elevou a Taxa Básica de Juros, a Selic, em 1,5 ponto percentual.
Além disso, o banco também promete uma nova dose para a próxima reunião, que deve acontecer em dezembro. Assim, a Selic pode terminar o ano em 9,25%.
Essa foi a maior elevação na taxa básica de juros desde dezembro de 2002, quando houve aumento de 3 pontos da Selic.
Segundo o economista-chefe da Garde Asset Daniel Weeks, em entrevista ao Money Times, o Banco Central acertou ao reconhecer a piora do cenário fiscal.
“O comunicado foi bom, direto, acho que não tem motivo para pânico. O cenário demanda calma”, argumenta.
Ele afirma ainda que agora é necessário esperar respostas do Congresso, como a PEC dos Precatórios, que está prevista para ser votada na noite desta quarta. A PEC vai permitir que o Governo abra espaço dentro do orçamento para outros gastos, como a elevação do Auxílio Brasil.
“Acho que o movimento já é suficiente para aguardarmos a próxima e ver o que vai acontecer. A Selic está dentro do controle do Banco Central”, argumenta.
Já os economistas da Órama, Alexandre Espirito Santo e Elisa Andrade, afirmam que, a despeito da responsabilidade fiscal ser fundamental para a ancoragem das expectativas, parte da inflação atual está sendo impulsionada por choques de oferta.
“Sendo assim, pode ser prematura a visão de uma relação mecânica, automática e imediata dos atuais ruídos políticos sobre a demanda agregada, que exijam um choque de juros desproporcional para contê-la”, apontam.
Parte de analistas viam a possibilidade de uma alta de até 2 pontos diante da piora do cenário político e fiscal.