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Selic a 9,5%: Gestora de ex-BC vê ‘chuva de cortes’ até o próximo ano

21 jul 2023, 8:10 - atualizado em 21 jul 2023, 12:57
Copom Banco Central
A gestora espera uma taxa de juros (Selic) em 12% ao final de 2023 e 9,5% ao final de 2024 (Imagem: Beto Nociti/Banco Central)

A Rio Bravo, gestora que tem como sócio o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, afirmou, em carta mensal obtida com exclusividade pelo Money Times, que o BC deve ter feito sua última manutenção da taxa de juros na última reunião, ocorrida em junho, e que os cortes têm tudo para seguir até o final do ano que vem.

Segundo Luca Mercadante, economista da gestora, e Evandro Buccini, sócio e diretor de gestão de crédito e multimercado da Rio Bravo, na Ata da Reunião, a autoridade monetária reconheceu que está mais próxima de um primeiro corte de juro, observando a janela se abrindo nas próximas reuniões.

“A melhora da inflação corrente juntou-se com a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) no final do mês e melhorou a dinâmica das expectativas de inflação, devendo garantir o espaço para um corte já na próxima reunião”, destacam na carta.

Desse modo, a gestora espera uma taxa de juros (Selic) em 12% ao final de 2023 e 9,5% ao final de 2024.

“Vale notar que o BC deve optar por iniciar gradualmente o ciclo de cortes, especialmente atento à persistência da inflação de serviços, que desacelera lentamente e se mantém incompatível com a meta de inflação”, discorre.

Melhora do cenário doméstico

Ainda na carta, os gestores dizem que os últimos meses foram positivos para a economia brasileira, marcados por importantes discussões no legislativo e pela contínua melhora do cenário macro brasileiro, a começar pela inflação medida pelo IPCA, que registrou pequena deflação no mês de junho e seguiu marcando variação anual abaixo de 4%, dentro, inclusive, da meta do BC.

“Assim, no nosso cenário, contamos com um IPCA ao fim de 2023 ligeiramente acima da banda superior da meta, em 5,1%. A inflação mais próxima da meta ao final do ano decorre da melhora da inflação corrente, mas também da melhora da dinâmica das expectativas, que foram ajudadas pela melhora do risco fiscal e pela reunião do Conselho Monetário Nacional’, colocam.

De quanto deve ser o corte da Selic em agosto?

Já é unânime entre o mercado financeiro que a taxa Selic será reduzida ainda este ano, mostra pesquisa Genial/Quaest. A pesquisa foi realizada com 94 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão com fundos de investimentos em São Paulo ou no Rio de Janeiro.

92% dos entrevistados acreditam que o Comitê da Política Monetária (Copom) deve cortar os juros já em agosto. Outros 7% esperam uma diminuição da taxa básica em setembro e, apenas 1%, novembro.