Juros

Selic a 9,25%: Veja o que o Copom vai fazer agora, segundo 4 economistas

08 dez 2021, 21:26 - atualizado em 08 dez 2021, 21:26
Banco Central
Bola de cristal: mercado tenta antecipar como o Banco Central desatará o nó da inflação com estagnação econômica (Imagem: Leonardo Sá/Agência Senado)

A maioria do mercado já esperava um aumento de 1,5 ponto percentual na Selic, como o decidido nesta quarta-feira (8) pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Assim, o fato de a taxa básica de juros estar, agora, em 9,25% ao ano não causa surpresa a ninguém.

O que os analistas esquadrinham com lupa, agora, são as pistas sobre os próximos passos do BC. Para alguns economistas e estrategistas, o comunicado divulgado hoje mostra a disposição do Copom de pegar ainda mais pesado no combate à inflação, a fim de que as expectativas do mercado voltem a convergir para a meta. É a tão conhecida preocupação com a ancoragem de expectativas.

Para outros, o Copom está excessivamente preocupado com a alta dos preços, e ignora tendências que devem aliviar a pressão inflacionária nos próximos meses.

Confira, a seguir, o que analistas e economistas esperam do Copom nos próximos meses.

De olho em 2023

“O Copom vai prezar pelo controle das expectativas de inflação, que se encontram desancoradas até 2023, neste momento, apesar da queda nos prêmios de riscos fiscais, com a aprovação da PEC dos Precatórios, e a perspectiva de recessão prolongada. Devemos ver a taxa Selic em níveis elevados por tempo considerável, pelo menos, até o fim do primeiro semestre de 2022. Por ora, antecipamos nova alta de 1,50% na próxima reunião e outra alta de 1% na reunião de março, fazendo a taxa Selic encerrar o ciclo e 2022 em 11,75%.”
(Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos)

Ouvidos surdos

“O comunicado reconhece algumas melhoras no cenário como o preço das commodities e das contas públicas. Mas deixa de mencionar os preços de energia que também podem contribuir positivamente, conforme o risco hídrico vai se dissipando. Da mesma forma que o COPOM ignorou ruídos de curto prazo quando a inflação subia, não será dessa vez que, mesmo com dados mais positivos, o Banco Central ainda entenda como incipiente e prefere mais tempo de observação antes que tome novas decisões.”
(João Beck, economista e sócio da BRA)

Cautela na dose

“Não faria sentido aumentar mais que isso, já que, mesmo diante de um cenário inflacionário, há dados de estagnação econômica. Por isso, foi a melhor decisão repetir o aumento de 1,5 ponto percentual da última reunião do Copom.”
(Gustavo Bertotti, head de Renda Variável da Messem Investimentos)

Sem opção

“A alta dos juros é um remédio amargo para colocar a economia nos eixos neste momento. Mesmo que o país esteja em recessão técnica, conforme apontado na divulgação do PIB do terceiro trimestre, elevar a Selic é a principal alternativa que o Banco Central tem à mão para tentar controlar a inflação.”
(Evaldo Perussolo, CFO do Banco Bari)

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