Selic a 16% em 2023? É o que pode acontecer se o governo não ajudar, diz gestor
Os gestores Emerson Codogno e Mariano Steinert, da gestora Genoa Capital, estão pessimistas com o Brasil para 2023.
“O principal motivo tem a ver com a PEC. Ela fez uma ampliação de R$ 200 bi de aumento de despesa. Para não ter uma relação entre PIB e dívida explosiva, precisaríamos ter um aumento de carga tributária para compensar esse aumento”, discorre Codogno, no 24º episódio do Market Makers.
De acordo com o gestor, elevar gastos é sempre algo fácil, mas aumentar a carga tributária nem tanto. “Corremos o risco de ter esse aumento de carga tributária. Isso nos preocupa”, coloca.
Aqui no Brasil, o gestor está comprado em dólar e shorteado em real, ou seja, a casa aposta que o dólar irá subir no ano que vem, o que poderia interferir na inflação e nos juros.
“O timing para a PEC, considerando que temos juros reais muito alto, foi ruim Mas temos posições que ainda não são muito relevante. Acreditamos que tem uma expectativa de inflação e dólar que você poderia forçar o Banco Central a subir os juros, olhando os próprios modelos do BC, com dólar a R$ 5,70. Isso esteve muito perto de acontecer”, discorre.
Nesta sexta, a moeda norte-americana à vista caiu 0,42%, a R$ 5,2925 na venda. Na semana, marcada por volatilidade, o dólar subiu 0,89%.
Ainda segundo Codogno, o aumento poderia ser na segunda reunião do próximo ano. “O banco central fez alguns alertas, até relativamente tímidos em relação ao fiscal. Mas precisa que o dólar suba, com alta de 150 pontos-base ou 175 pontos -base”, prevê.
Com uma alta de 1,75%, a Selic, hoje em 13,75%, iria para 15,5%.
O fundo multimercado Radar, um dos principais da casa, entregou 35% de rentabilidade desde 2020 e 22% em 2022, considerado um dos melhores do ano.