Selic a 14,25%: Deterioração da inflação e cenário adverso dão respaldo para BC indicar novas altas de 1 p.p., mostra ata
A magnitude da deterioração de curto e médio prazo da inflação e o cenário mais adverso deram respaldo para o Comitê de Política Monetária (Copom) indicar novas altas de 1 ponto percentual (p.p.) na Selic, mostra a ata da reunião da semana passada. Se confirmado o cenário, a taxa será de 14,25% em março de 2025.
“Na discussão que embasou tal deliberação duas dimensões foram bastante discutidas. Em primeiro lugar, a magnitude da deterioração de curto e médio prazo do cenário de inflação exigia uma postura mais tempestiva para manter o firme compromisso de convergência da inflação à meta. Em segundo, vários riscos se materializaram tornando o cenário mais adverso, mas menos incerto, permitindo maior visibilidade para que o Comitê oferecesse uma indicação de como antevia as próximas decisões”.
Assim como no comunicado, os diretores reforçaram que a magnitude do ciclo de aperto monetário será ditada pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
Na última reunião de 2024, o Copom optou por elevar a taxa de juros em 1 p.p., de 11,25% para 12,25% ao ano.
- VEJA MAIS: “Efeito Biden” e Selic a 15% ao ano podem ser positivos para a bolsa, apontam analistas; entenda o motivo
Além da desancoragem adicional das expectativas e da elevação das projeções de inflação, os membros descrevem que o cenário é marcado pelo dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto. Isso “exige uma política monetária ainda mais contracionista”.
No documento, o BC ainda reforçou a mensagem de que a percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal do governo afetou de forma relevante os preços de ativos e as expectativas de mercado, especialmente de inflação, câmbio e prêmio de risco.
“Com relação à política econômica de forma mais geral, o Comitê manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas. Em particular, desacelerações são parte essencial do processo de suavização e reequilíbrio da economia. O debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, disse na ata divulgada nesta terça-feira (17).