Selic a 14% muda a cara da renda fixa e gestor revela como rebalancear seus investimentos
A renda fixa volta a ganhar mais relevância nesta Super Quarta com os mercados financeiros recalibrando suas apostas para a taxa Selic no Brasil e os juros nos Estados Unidos.
Embora não seja o cenário mais precificado pelo mercado, existe a possibilidade do Banco Central aplicar uma ajuste residual de 0,25 ponto percentual, trazendo a taxa Selic ao patamar de 14% ao ano.
Independentemente da manutenção da taxa básica de juros ou de um último aperto monetário, é chegado o momento de rebalancear os seus investimentos na renda fixa, aponta André Crepaldi, diretor de gestão de patrimônio da WIT.
“Continua sendo um bom investimento o aporte em títulos de renda fixa pós-fixados, que ficam atrelado à Selic e, também, já trava algumas taxas olhando um fechamento de curva mais para frente”, argumenta.
O especialista aponta que é uma boa hora para dar atenção aos títulos prefixados também, porque a curva de juros deve começar a fechar em 2023.
Pensando no horizonte de 2024, Crepaldi alerta que já tem sinais de que a Selic vai despencar.
Então, travar taxas de rentabilidade em títulos prefixados (seja no Tesouro Direto ou nos CDBs) agora pode ser algo que faça sentido, sempre olhando a diversificação da carteira de investimentos.
Juros nos EUA atrapalham o Brasil?
Enquanto o Brasil discute o fim de seu ciclo de aperto monetário, o mercado ainda não vê com clareza quando o Federal Reserve deve frear a subida de juros nos EUA.
A atratividade da renda fixa nos EUA, que atualmente está pagando mais de 3,5% a.a. no caso dos treasuries de 10 anos, mexe sensivelmente com o fluxo de investimentos aqui no Brasil.
Um dos principais fatores é que o mundo vê países emergentes como o Brasil, como oportunidade de investimentos, por terem os juros mais altos e oportunidades de retorno mais altos.
“Mas quando temos um país que, em teoria, tem um risco muito menor, que seria um país como os Estados Unidos, com uma moeda forte como o dólar, isso atrai os investidores para a renda fixa americana, atrai os investidores globais para a segurança de um país mais forte”, adverte Crepaldi.
Isso quer dizer que os investimentos que viriam para o Brasil acabam permanecendo lá nos EUA. Isso não é ruim apenas para ações brasileiras e fundos imobiliários.
“Não é apenas na bolsa, não é o capital estrangeiro comprando ações, pelo contrário, é comprando títulos públicos brasileiros no Tesouro Direto, que são a renda fixa, que o volume grande de investimento de fato faz diferença para o país”, pondera o especialista.
A dívida pública nada mais é do que uma forma de o Brasil se capitalizar para poder investir em infraestrutura, educação e em tudo que precisa ser aplicado.
E se temos menos dinheiro sendo colocado para isso, a atratividade dos títulos públicos no Tesouro Direto diminui e faz com que venha menos dinheiro para investimentos no país.
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