Selic a 13,75%? PIB menor abre espaço para início do ciclo de cortes de juros ainda em 2025, diz Safra

A desaceleração da atividade brasileira abrirá espaço para o início do ciclo de cortes de juros a partir da penúltima reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), afirma o Safra.
O time de economia do banco projeta que a Selic seja elevada até 14,75% em meados de 2025 para conter a inflação, que deve fechar o ano em 5,2%. Posteriormente, a expectativa é que o Banco Central (BC) inicie o ciclo de redução da taxa, cortando-a para 13,75% até o final de 2025.
Na última reunião, de março, os diretores do Copom elevaram os juros em 1 ponto percentual (p.p.), para 14,25%. O Comitê antecipou ainda uma nova alta na próxima reunião, mas de menor magnitude.
Os economistas do Safra destacam que os últimos indicadores de atividade econômica já demonstram sinais de desaceleração.
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Dados referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2024, produção industrial, setor de serviços e vendas no varejo de janeiro vieram abaixo das projeções do mercado, refletindo um menor impulso fiscal e os efeitos iniciais da política monetária mais restritiva.
O banco projeta um crescimento do PIB em 2025 de 1,5%, abaixo do consenso de mercado, que atualmente está em 1,98%, segundo o Boletim Focus.
A projeção do Safra para a política monetária também vai na contramão do mercado, que espera que a Selic atinja o pico em 15% e siga nesse patamar até o fim do ano.
Impacto na inflação e nos juros futuros
Os economistas do Safra afirmam que, se, por um lado, o desaquecimento da economia é preocupante, por outro, contribui para uma menor pressão inflacionária. Isso justificaria uma flexibilização mais rápida da política monetária.
Essa perspectiva já começa a se refletir nos mercados financeiros. O banco observa que, após a divulgação dos últimos dados econômicos, houve uma melhora na precificação dos juros futuros, com a curva de juros fechando 70 pontos-base nos vencimentos mais curtos e 100 pontos-base nos vencimentos médios e longos.
O Banco Central tem reiterado seu compromisso com o controle da inflação, mantendo uma postura conservadora. No entanto, com a economia dando sinais de arrefecimento, os cortes na Selic podem acontecer antes do previsto, aliviando o custo do crédito e impulsionando setores sensíveis à política monetária.