Economia

Selic a 13,75% com dias contados? O que esperar da última reunião do Banco Central

05 dez 2022, 9:35 - atualizado em 05 dez 2022, 13:39
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O Banco Central começou a elevar a Selic em março de 2021, quando a taxa básica estava em seu menor patamar de 2% ao ano. (Imagem: Agência Brasil)

Depois de sete reuniões do Banco Central e cinco reajustes na taxa Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) chega à sua última reunião do ano.

Os diretores do Banco Central se encontram amanhã e quarta-feira (7) para decidir os próximos passos para política econômica.

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No entanto, o clima não é de festa e confraternização. Na verdade, o Banco Central está preocupado com os gastos do novo governo em 2023 e pode voltar a subir os juros caso identifique que o risco fiscal está alto.

O Banco Central começou a elevar a Selic em março de 2021, quando a taxa básica estava em seu menor patamar de 2% ao ano. Hoje, ela se encontra em 13,75%, onde está estacionada desde agosto.

Lula vs mercado

Para conseguir governar no ano que vem e manter suas promessas eleitorais, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe de transição protocolaram uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Senado.

O texto pede autorização para gastar R$ 198 bilhões fora do teto de gastos. O montante será destinado para a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e a liberação de R$ 150 extras para famílias com crianças com menos de 6 anos.

O novo governo também quer garantir um reajuste real ao salário mínimo e rever o orçamento para áreas da saúde e educação, que perderam verbas nos últimos anos.

Mau humor de Campos Neto

No entanto, o mercado e o Banco Central consideram esse valor de quase R$ 200 bilhões muito alto. A autoridade monetária entende que o risco fiscal pode pressionar a inflação ao longo do ano que vem.

Com isso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sinalizou mais de uma vez que a autoridade monetária não descarta novas altas na Selic e até mesmo pode manter a taxa de juros em 13,75% por mais tempo do que o previsto.

“Em evento, Campos Neto afirmou que o país está em um ponto de inflexão e que novos estímulos fiscais podem ter efeitos contrários ao esperado”, destaca Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. “Além disso, reforçou que a preocupação fiscal fez os juros futuros apagarem as chances de quedas e que a política fiscal faz parte da função de reação do Copom”, completa.

Nesta última reunião, será possível entender o humor do presidente e diretores do Banco Central diante das movimentações políticas e decisões sobre como ficará a responsabilidade fiscal no novo governo.

O mercado já aposta em uma Selic alta por mais tempo. No Relatório Focus desta segunda-feira (05), a projeção dos economistas foi elevada de 11,50% para 11,75%.

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“Tivemos mais de dez aumentos seguidos da Selic nos últimos dois anos, mas o principal ponto de impacto atualmente é a PEC da Transição do futuro governo, que tem deixado dúvidas em relação ao fiscal do país”, comenta Paulo Ricardo dos Santos, especialista em Renda Fixa da Blue3.

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