Selic a 13,50% ou 13,25%? Galípolo pode confundir mercado em seu 1º voto no Copom
O primeiro voto de Gabriel Galípolo, novo diretor de Política Monetária do Banco Central (BC) e indicado por Lula, pode confundir ainda mais as apostas do mercado nesta reunião do Copom em agosto para definir os novos rumos da taxa Selic.
De um lado, as opções de Copom da B3 mostram que 60% do mercado aposta que a Selic cairá para 13,25%, enquanto 40% dos agentes crê no corte para 13,50%. Na outra ponta, o cenário internacional acaba de azedar nos EUA, o que pode reduzir o ímpeto de corte de juros no Brasil.
Além do Federal Reserve ter elevado os juros para a banda de 5,25% a 5,50%, reduzindo o diferencial de juros brasileiro e norte-americano, ontem a Fitch rebaixou a nota de crédito dos EUA de AAA para AA+, citando a piora das contas públicas nos próximos três anos.
Com essa complexidade de eventos no radar que o indicado de Lula e ex-subordinado do ministro Fernando Haddad começa sua atuação no Copom (Comitê de Política Monetária), cuja decisão sobre a Selic sai logo após o fechamento do mercado nesta quarta-feira (2).
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Pistas para a Selic nas entrelinhas
Mais importante que o novo patamar da Selic será o tom do comunicado do Banco Central, justificando a decisão do Copom e dando indícios para a continuidade do ciclo de cortes.
Conforme economistas, são nessas entrelinhas que Galípolo pode acabar influenciando a direção dos ativos de risco, levando em conta o placar final da decisão.
Desde 1999, apenas 14% das reuniões do Copom não tiveram resolução de modo unânime pelos membros do BC. Portanto, são só 32 das 219 decisões sobre a Selic no período, segundo levantamento do Banco Inter.
Afinal, até meados de julho, a composição do Banco Central estava unicamente com nomes indicados ou reconduzidos na gestão de Bolsonaro.
Além de Galípolo, o governo Lula conta com Aílton Aquino, novo diretor de Fiscalização da instituição, que também vota no Copom.