Taxa Selic

Selic a 12,75%: Por que o Copom deve bater o pé e não mudar o plano de voo?

20 set 2023, 8:30 - atualizado em 05 out 2023, 11:49
selic, copom, banco central, bc, taxa de juros, Super Quarta
Mercado já precifica a Selic em 12,75% para a decisão do Copom, do Banco Central, desta Super Quarta (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Já é consenso entre os economistas e analistas do mercado que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve cortar a Selic em mais 0,50 ponto percentual (p.p.) na reunião desta Super Quarta (20). Assim, a taxa deve ir para o patamar de 12,75% ao ano.

O estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, espera que o comunicado repita a mensagem de que o Comitê antevê reduções de mesma magnitude nas próximas reuniões.

Ele diz que os membros devem avaliar, mais uma vez, que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista o necessário para o processo desinflacionário.

No comunicado de agosto, o Copom indicou uma barra alta para a intensificação do ritmo de ajuste da Selic. Entretanto, desde a última reunião, “as condições apontadas não se materializaram”, afirma Goldenstein.

O estrategista explica que não foi observada uma “reancoragem bem mais sólida das expectativas” e nem “uma abertura contundente do hiato do produto”. Por outro lado, a inflação de serviços vem desacelerando, mas é cedo para confirmar “uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada”.

Além disso, a projeção do Banco Central para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 “continuará apresentando um desvio não desprezível com relação à meta de 3%”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vem cortes maiores da Selic ainda este ano?

Embora o mercado já precifique a Selic em 12,75% para a decisão desta Super Quarta, o ponto de atenção passa a ser nas próximas reuniões.

O estrategista da Warren destaca que, mesmo que o Copom avalie o balanço de riscos para a inflação como simétrico, riscos altistas geraram maiores preocupações.

Entre eles estão a recente alta preço do petróleo; a elevação dos yields das treasuries; e a valorização global do dólar. Goldenstein ainda cita os dados robustos de atividade e de mercado de trabalho; e os receios com a execução da política fiscal no próximo ano.

Parte do mercado diz que o Comitê deve seguir com o plano de voo e realizar mais dois cortes de 0,50 p.p. no ano. Outra parcela, mais otimista, vê espaço para uma redução de 0,75 p.p. em dezembro.