Selic a 12,25%: Mercado crava corte de 0,50 pp, mas um fator pode mudar os planos do Banco Central
O mercado já está certo de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve cortar a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.) na decisão desta Super Quarta (01) — levando a taxa a 12,25% ao ano. Ao menos é o que preveem os economistas, especialistas e, inclusive, o próprio Banco Central (BC).
No último comunicado, o Copom reforçou que é unânime entre os membros que o ritmo instaurado desde o início do ciclo de afrouxamento da política monetária é apropriado.
O BC iniciou os cortes da taxa básica de juros em agosto deste ano, quando os juros estavam em 13,75%. Até agora, já foram feitos dois cortes de 0,50 p.p., que levaram a Selic para 12,75%.
Segundo especialistas, os dados no cenário nacional segue dando suporte para o Banco seguir com a mesma política, sem alterações.
“A dinâmica inflacionária no Brasil continua apresentando sinais de melhora. Por mais que ainda tenha um cenário de atividade e emprego fortes, os indicadores de inflação têm dado o espaço para que o Banco Central continue com a política de afrouxamento”, avalia o especialista em renda fixa da Quantzed, Ricardo Jorge.
O que preocupou nas últimas semanas foi o cenário internacional. “O mercado ficou especialmente volátil, principalmente por conta dos Estados Unidos, mas essa volatilidade não deve ser suficiente para mudar a postura do Banco Central até o final do ano de 2023″, diz Jorge. Já para 2024, as projeções mudaram.
O que esperar da Selic terminal?
O economista da GT Capital, Rodrigo Azevedo, ressalta que, agora, o mercado diverge quanto ao ritmo dos cortes da Selic no próximo ano e, principalmente, a respeito da Selic ao fim deste ciclo de corte de juros.
As principais casas no boletim Focus falam em uma taxa básica de juros terminal em cerca de 9% ao ano. No entanto, o mercado futuro de juros precifica algo próximo de 11%.
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“Após a última reunião do Copom, vimos os conflitos e guerras se intensificando e uma forte elevação dos juros longos nos EUA, pontos que terão toda atenção do comitê junto a resiliência do crescimento doméstico e da evolução da agenda fiscal no congresso nacional”, afirma Azevedo.
Jorge, da Quantzed, prevê que, se a dinâmica inflacionária continuar positiva, a Selic deve terminar o ciclo de reajustes entre 9% e 9,5%.
“Com a fotografia que a gente tem hoje, se tudo continuar melhorando, mesmo que nesse ritmo lento que a gente tem observado, a expectativa é que o Banco Central siga com cortes de juros”, avalia.