Economia

Selic a 12,25%: Campos Neto reforça corte de 0,50 p.p como o apropriado para agora

03 out 2023, 9:34 - atualizado em 03 out 2023, 9:34
Campos Neto
Campos Neto falou em entrevista sobre ritmo de corte da Selic e relação com Lula (Imagem: Banco Central)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deu mais indícios de que o ritmo de cortes da taxa Selic deve permanecer, ao menos por ora, em 0,50 ponto percentual (p.p), como indicado na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária).

Em entrevista gravada para o programa “Conversa com Bial”, e veiculada na madrugada desta terça-feira (3), Campos Neto afirmou que o atual ritmo é “apropriado”.

“A gente entende que o meio por cento é um ritmo apropriado hoje, dadas as condições”, disse. Ele afirmou ainda que a inflação está indo para o caminho correto.

O processo de redução da taxa básica de juros iniciou em agosto com um corte de 0,50 p.p., já indicando que este seria o ritmo, no entanto, havia expectativas de aceleração para 0,75 p.p. Em setembro, o Copom realizou mais um corte na Selic, também em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano, reforçando o ritmo para próximas reuniões.

“São dois dias de reunião, tem uma apresentação sobre dinâmica de preços. Depois fazemos uma rodada na mesa, o presidente é o último a falar, cada um fala o que acha e dá seu voto. O presidente é o último”, disse Campos Neto, destacando que não controla todo o processo de corte.

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Relação de Campos Neto com Lula e Haddad

Campos Neto se reuniu com o presidente Lula pela primeira vez desde que ele tomou posse na última semana. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, articulou o encontro.

Em outro momento da entrevista concedida ontem, o presidente do BC ressaltou ter uma relação ótima com Haddad. “Obviamente, a gente não vai pensar igual em tudo, mas a gente está muito alinhado”, afirmou, acrescentando que várias pessoas ajudaram a construir a ponte entre ele e Haddad. “Sei que o trabalho dele é difícil”.

Vale pontuar que apesar da falta de encontros, a relação entre os líderes foi marcada por conflitos, principalmente acerca do patamar elevado a taxa Selic. Campos Neto ressaltou que os dois se reuniram até o momento apenas duas vezes, sendo que o primeiro encontro ocorreu no fim de 2022

De acordo com ele, novos encontros podem ocorrer. A conversa entre os dois na semana passada durou cerca de uma hora e meia. “Eu ouvi mais do que falei. Na primeira vez, talvez eu tenha falado demais”, completou.

* Com informações da Reuters