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Selic a 12%? UBS BB vê 30% de chances do Copom elevar juros em setembro – e projeta 3 altas

01 ago 2024, 12:22 - atualizado em 01 ago 2024, 12:22
SELIC juros banco central bc copom
UBB vê 30% de chances do Copom elevar a Selic em setembro (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O UBS BB vê 30% de chances do Comitê de Política Monetária (Copom) retomar o ciclo de aperto monetário por mais três reuniões, a partir de setembro — levando a Selic a 12%. Uma depreciação do câmbio ou uma resposta fiscal aquém das expectativas podem explicar essa eventual alta.

“A resposta esperada da política monetária e uma resposta fiscal mais branda subsequente nos deixam com um cenário alternativo de três altas de juros de 0,50 ponto percentual (p.p.) em setembro, novembro e dezembro e retomada dos cortes a partir do início do ano que vem”, dizem.

Os economistas Alexandre de Azara, Fabio Ramos e Rodrigo Martins esperam que, mesmo nesse cenário, a inflação siga abaixo do consenso e que o Copom tome decisões unânimes. Entretanto, como o fiscal deve levar mais tempo para responder, a política monetária carregaria essa “carga”.

Como o dólar se tornou um risco, a ausência de uma resposta fiscal mais aparente pode ajudar a apreciá-lo. “Um câmbio mais próximo de R$ 5,70 mudaria a projeção para da inflação no 1T26 de 3,2% para 3,3%, o que não seria próximo o suficiente para ser caracterizado como ‘em torno’ da meta”, dizem.

“Acreditamos que a resposta fiscal acabará acontecendo. Se não acontecer, deve haver um aumento da Selic”, reiteram.

Segundo a equipe do UBS BB, o cenário de juros fixos em 2024 e 2025 é “muito improvável”. “As taxas devem ser cortadas em dezembro ou aumentadas em setembro e aliviadas no início do ano que vem”, dizem.

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O cenário base do UBS BB para Selic

Apesar de projetar uma eventual alta dos juros ainda este ano, o cenário base do UBS BB é de um corte na Selic na reunião de dezembro.

Para isso, os economistas elencam quatro condições necessárias:

  1. Federal Reserve cortar em setembro, o que parece o cenário mais provável;
  2. inflação abaixo do consenso — “projetamos 0,6 p.p. abaixo da pesquisa Focus para 2024”;
  3. decisões unânimes do Copom até dezembro;
  4. anúncio fiscal convincente, que leve a uma apreciação do real — “projetamos R$ 5,50 até o final do ano”.

O comunicado do Copom

No comunicado do Copom desta quarta-feira (31), todos os membros do comitê votaram por manter a Selic estável.

Os diretores ressaltaram a desinflação mais lenta, a desancoragem das expectativas de inflação e cenário global desafiador.

Os economistas do UBS dizem que o balanço de riscos permaneceu simétrico, o que foi uma surpresa. No entanto, o Copom listou a taxa de câmbio como um fator de risco adicional para a inflação.

“Entendemos que a maior incerteza fiscal levou ao aumento do risco vindo das expectativas de câmbio e inflação”, afirmam.