Economia

Selic a 12%, PIB em 3% e IPCA de 4,2%: Veja as novas projeções do Itaú BBA para o Brasil

12 set 2024, 11:09 - atualizado em 12 set 2024, 11:10
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Itaú BBA revisa suas perspectivas para Selic, PIB, IPCA, dólar e déficit (Imagem: Getty Images)

O Itaú BBA revisou suas perspectivas para o Brasil. Para a Selic, o economista-chefe, Mario Mesquita, e a equipe de pesquisa macroeconômica esperam um novo ciclo de alta de 1,50 ponto percentual (p.p.), a começar na reunião de setembro.

Os pontos que justificam a decisão, segundo os economistas, são: a taxa de câmbio pressionada, as expectativas de inflação desancoradas e alguma revisão — ainda que pequena — do hiato do Produto Interno Bruto (PIB).

“Projetamos taxa Selic de 11,75% ao final de 2024, com uma alta adicional em janeiro do ano que vem, alcançando um nível terminal de 12%”, afirmam.

  • Ibovespa 137 mil pontos é “fichinha” – levantamento mostra que a bolsa negocia 40% abaixo do limite e pode subir mais; entenda.

A equipe do Itaú afirma ainda que a manutenção dos juros em patamar contracionista ao longo do primeiro semestre de 2025 deve resultar em uma desaceleração da atividade econômica, além de alguma apreciação da taxa de câmbio.

Eles veem espaço para novos cortes de juros a partir do segundo semestre e projetam a taxa Selic em 11% no final do ano.

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Inflação, PIB, câmbio e déficit primário

Para a inflação, os economistas do Itaú mantiveram a projeção de inflação em 4,2% para 2024 e reduziram de 4,2% para 4,1% em 2025, incorporando o impacto do câmbio mais apreciado sobre bens industriais no próximo ano.

“Consideramos o balanço de riscos para ambos os anos como simétrico. Para 2024, vemos risco altista em serviços e energia, com chance de acionamento de bandeira amarela no final do ano, e risco baixista em gasolina com defasagem de preços indicando espaço para reajuste na refinaria”, dizem.

Em relação ao PIB, eles revisaram as projeções de 2024 de 2,5% para 3% e de 2025 de 1,8% para 2%.

“O consumo das famílias deve continuar impulsionando o crescimento da economia, em meio à resiliência do mercado de trabalho. Para a taxa de desemprego, revisamos a nossa projeção para 6,9% (de 7,3%) em 2024 e para 7,0% (de 7,5%) em 2025”, afirmam.

Já quando o assunto é câmbio, os economistas cortaram as expectativas para este e o próximo ano para R$ 5,40 e R$ 5,20 por dólar, respectivamente — antes, ambos estavam em R$ 5,50.

“A perspectiva de aumento do diferencial de juros, com o início de um ciclo de corte (potencialmente mais agressivo) pelo Fed (banco central dos EUA) e um ciclo de alta de juros pelo Banco Central do Brasil (BCB), tende a favorecer a moeda brasileira no médio prazo”, dizem.

Por fim, a estimativa do Itaú para o déficit primário foi de -0,6% para -0,4% do PIB em 2024, e de -0,9% para -0,8% do PIB em 2025, diante do maior crescimento da economia e de mais receitas extraordinárias.

“Consideramos que uma estratégia de ajuste fiscal com foco maior no aumento de receitas, caso não seja acompanhada de uma agenda de controle de gastos obrigatórios, não deve ser capaz de produzir uma perspectiva de estabilização da dívida pública de forma sustentável”, afirmam.