Selic a 11,50%? BV eleva projeção com expansão fiscal e postura menos tolerante com inflação no radar
O BV elevou a projeção para a Selic ao final deste ano de 10,50% para 11,25%. Os economistas dizem que o discurso coeso e o comprometimento do Banco Central (BC) com a meta de inflação sugerem um ciclo de 1 ponto percentual de alta dos juros nas próximas reuniões.
Com isso, a taxa básica de juros deve fechar este ano no patamar de 11,25% e subir para 11,50% em janeiro de 2025.
O economista-chefe do banco e assessor do Ministério da Fazenda no Plano Real, Roberto Padovani, e sua equipe dizem que a expansão fiscal associada a uma postura menos tolerante com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) explicam a projeção de um novo aperto monetário.
Do lado fiscal, a expectativa local é de piora gradual. “A deterioração das expectativas segue controlada em função da reação do governo, mostrando maior responsabilidade na gestão. O esforço do Governo, no entanto, segue sendo insuficiente para estabilizar a dívida pública nos próximos anos, o que implica pressão no câmbio, inflação e taxa de juros”, dizem.
Já em relação a IPCA, os economistas destacam que tanto a índice corrente quanto as expectativas seguem acima da meta. “A comunicação do BC se mostra mais coesa e comprometida com a meta, o que abre espaço para um novo ciclo de aperto monetário.”
Quando devem voltar os cortes da Selic?
Os economistas dizem que a volta da convergência da inflação nos Estados Unidos, a desaceleração do mercado de trabalho e os fortes sinais do Federal Reserve reforçam a leitura de que o ciclo de afrouxamento monetário norte-americano deve começar em setembro.
Com isso, consolida-se a visão de que 2025 deverá ser um ano marcado por desaceleração global e queda dos juros internacionais, afirmam.
Além disso, com a retomada da convergência da inflação brasileira no próximo ano, o BV avalia que o BC poderia voltar a cortar a Selic no segundo semestre de 2025.
A projeção é de que a taxa básica volte para o patamar de 9,50% ao final do próximo ano.
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A alta temporária dos juros ajuda a manter a expectativa de Padovani e equipe de câmbio aos R$ 5,30, mas reduziu a projeção de Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 de 2% para 1,9% e do IPCA de 4% para 3,5%.
Já para este ano, os economistas melhoram a perspectiva de crescimento econômico de 2,2% para 2,5% e mantiveram a inflação em 4,3%.