Taxa Selic

Selic a 11,25%: 4 pontos para entender por que o Copom elevou o ritmo de alta nos juros para 0,50 p.p.

06 nov 2024, 19:06 - atualizado em 06 nov 2024, 19:06
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(Imagem: Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), para 11,50% ao ano.

“O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda uma política monetária mais contracionista”, dizem os diretores no comunicado.

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Além disso, eles citam a importância de uma “política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida”.

A decisão foi ao encontro das apostas do mercado, que já esperava que os diretores acelerassem o ritmo do aperto monetário, diante de uma piora no fluxo de dados e notícias desde a reunião de setembro.

Selic a 11,25%: Entenda o movimento do Copom

Internacional

No comunicado, o Copom reforçou o ambiente externo “permanece desafiador”, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Federal Reserve (Fed).

Além disso, eles citam que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para as metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho.

“O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.

Economia brasileira

Em relação ao cenário doméstico, os diretores ressaltam que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo. “A inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”.

Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas, estão:

  • uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;
  • uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e
  • uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

Já do lado fiscal, o Comitê diz que a percepção dos agentes econômicos tem afetado os preços de ativos e as expectativas, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”.

Por fim, eles enxergam resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho e hiato do produto positivo.

0,50 p.p. é o novo ritmo?

O Comitê diz que o ritmo de ajustes futuros na taxa Selic e a magnitude total do ciclo seguem em aberto.

Os próximos passos serão ditados pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

Decisão de elevar ritmo de altas da Selic foi unânime

Segundo o comunicado, os dirigentes do Banco Central entraram em consenso e a decisão foi novamente unânime.

Tanto o atual presidente do BC, Campos Neto, quanto o futuro, Gabriel Galípolo, optaram pela alta de 0,50 p.p. dos juros. Ailton Santos, Carolina Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso, Paulo Picchetti, Renato Gomes e Rodrigo Teixeira acompanharam o voto.

Veja o comunicado do Copom

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